O Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, realizou o primeiro procedimento de CrioEBUS da instituição em São Paulo. A técnica, considerada inovadora, é indicada para o diagnóstico de doenças que acometem a região do mediastino (espaço central do tórax, entre os pulmões), como linfomas, timomas, câncer de pulmão e diversas outras lesões da região. A principal vantagem do procedimento é a possibilidade de coletar amostras mais robustas de tecido, aliando segurança com mais precisão, sem necessidade de cirurgia.
“O CrioEBUS é uma evolução da Ecobroncoscopia, procedimento feito através da endoscopia respiratória. A gente consegue acessar linfonodos e lesões que estão ao redor da traqueia e dos brônquios guiados por imagens em tempo real e já fazer a coleta do tecido para análise, o que torna o procedimento muito mais seguro e eficaz”, explica João Marcelo Lopes Toscano de Brito, cirurgião torácico e broncointervencionista do Centro de Excelência em Medicina Respiratória do São Luiz Itaim.
Trata-se de uma técnica minimamente invasiva e ambulatorial, ou seja, o paciente não precisa de internação prolongada. A intervenção é feita com o paciente sob anestesia geral, utilizando uma máscara laríngea. Após a coleta do material, o paciente se recupera e recebe alta no mesmo dia. “O maior incômodo costuma ser uma tosse leve nas primeiras 24 a 48 horas. Não há dor, cicatrizes e nem necessidade de dreno torácico como muitas das nossas cirurgias precisam”, destaca o especialista.
O procedimento marca um ponto de virada na medicina respiratória da Rede D’Or em São Paulo. “Em nível nacional, poucos centros realizam o CrioEBUS de forma rotineira. Essa conquista coloca o São Luiz Itaim entre os hospitais mais avançados do país em broncoscopia intervencionista”, afirma João Marcelo.
Além da oncologia, o CrioEBUS também pode ser útil no diagnóstico de doenças benignas, como a sarcoidose, em que a análise de células isoladas muitas vezes não é suficiente. “Ter essa tecnologia disponível amplia nosso arsenal diagnóstico com segurança, conforto ao paciente e sem necessidade de cirurgia”, enfatiza o especialista.