Atendimento a inadimplentes precisa de contrapartida da ANS, diz UNIDAS

Diante da sugestão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de que as operadoras de planos de saúde não cancelem contratos mediante atraso de pagamentos durante o período de pandemia, a UNIDAS — Autogestão em Saúde entende que há a necessidade de tomar medidas excepcionais. No entanto, para o segmento de autogestão, que não tem fins lucrativos, é inviável financeiramente seguir a recomendação sem uma contrapartida do órgão regulador.

De acordo com a UNIDAS, no caso de um plano de mercado, que trabalha com a sinistralidade — relação entre custo e receita — abaixo de 85%, uma inadimplência entre 3% e 5%, por exemplo, ainda representa uma redução de lucro. No caso das autogestões, que já contam com uma sinistralidade superior a 90%, não há margem para abrir mão dos pagamentos. Sem receita não é possível arcar com as despesas.

“A única maneira de atender a sugestão da ANS e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio financeiro das autogestões, sem quebrá-las, é trabalhar com uma contrapartida. O valor poderia ser abatido do ressarcimento ao SUS, por exemplo? É uma discussão que precisamos fazer”, esclarece Anderson Mendes, presidente da UNIDAS.

Preocupada não só com a sustentabilidade das autogestões — segmento que concentra em sua carteira quase 30% de idosos, mais que o dobro da média da saúde suplementar — como com os beneficiários, a UNIDAS mantém um diálogo com o órgão regulador e irá enviar um ofício à agência solicitando atenção ao item em questão

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