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O potencial do autocuidado: expectativas para o mercado farmacêutico

por Guto Cunha
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O que antes era um espaço dedicado principalmente à venda de medicamentos agora se transformou na oferta de uma ampla gama de produtos destinados a promover o bem-estar pessoal e a saúde holística. Sim, falo aqui da consolidação de itens que exploram o autocuidado nas prateleiras das farmácias mundo afora. Esse movimento reflete não apenas a mudança nas preferências e no comportamento dos consumidores, como também a compreensão crescente da prática na manutenção de uma vida mais saudável.
Segundo estudo de 2024, conduzida pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) para abordar o comportamento do consumidor em farmácias, mostra que 96% das pessoas visitam farmácias com o intuito de comprar medicamentos. Entretanto, outro dado interessante apresenta que mais de 30% dos itens adquiridos nesses estabelecimentos não são medicamentos.
O cenário se mostra ainda mais assertivo na busca pelo bem-estar ao analisar uma pesquisa on-line nacional do Ibope, encomendada pela Bayer, onde 84% dos brasileiros buscam ter uma rotina de autocuidado. Os entrevistados entendem que o cuidado com o próprio corpo e a saúde traz como principais benefícios o estímulo do sistema imunológico (31%), a diminuição da probabilidade de ficar doente (25%) e a promoção do bem-estar (21%).
Ainda para se ter ideia do potencial em cena, o superávit comercial consolidado do setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) em 2023 teve crescimento de 130,2% – o melhor desempenho na última década, atingindo a marca de US$ 80,8 milhões, segundo dados da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
Não é à toa que, com um mix que envolve produtos hair care, dermocosméticos, cuidados corporais, entre outros, as farmácias têm conquistado cada vez mais os consumidores. Por outro lado, esse cenário também evidencia que as unidades que não investem constantemente em produtos de higiene e beleza estão perdendo oportunidades de vendas.
Foco em itens eco-friendly, cruelty free e veganos
Vale ainda lembrar que, cada vez mais, os consumidores estão buscando produtos que não apenas atendam às suas necessidades, mas também reflitam seus valores pessoais, como a preocupação com o meio ambiente. Nesse sentido, itens eco-friendly atendem à demanda crescente por escolhas mais sustentáveis, o que pode resultar em uma base de clientes ainda mais fiéis e satisfeitos. Empresas que investem em produtos cruelty free e veganos também devem ganhar um destaque a mais nas prateleiras, pois ainda reforçam o compromisso com o bem-estar animal.
Como garantir o fluxo?
Para assegurar o movimento sempre ascendente nos canais farma, elenco três dicas cruciais:
 
Organização e exposição estratégica: os produtos de autocuidado devem estar organizados de forma clara e acessível. Os itens mais procurados precisam se posicionar em locais de destaque, ao nível dos olhos. Uma sinalização clara e atraente para direcionar os clientes para esses itens também é indicada. Importante ainda agrupar produtos relacionados em seções específicas para facilitar a busca.
Educação e engajamento: é preciso treinar a equipe para fornecer informações detalhadas sobre os itens, a fim de ajudar os consumidores a encontrarem o que precisam. Os colaboradores devem estar familiarizados com o mix, as finalidades e possíveis interações. Além disso, vale promover o engajamento dos clientes por meio de materiais educativos, como folhetos informativos ou eventos de saúde na loja em que possam aprender mais sobre os benefícios do autocuidado e dos produtos disponíveis.
Promoções e programas de fidelidade: ofertas de produtos de autocuidado, promoções de “compre um, leve outro com desconto”, ou pontos de fidelidade que podem ser trocados por brindes ou mais descontos futuros são sempre bem-vindos. As ações também devem ser divulgadas nas mídias sociais, no e-mail marketing ou até mesmo em cartazes na loja para atrair a atenção dos clientes em potencial e garantir que retornem ao estabelecimento.
Fato é que com o aumento da conscientização sobre a importância de colocar em prática hábitos que favorecem a qualidade de vida, espera-se que a demanda por produtos e serviços relacionados ao autocuidado continue a crescer, impulsionando ainda mais a inovação e o desenvolvimento no setor farmacêutico.
Guto Cunha, diretor de marketing da FreeBrands.

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