Cardiologista dos EUA aborda como proteger coração de portadores de diabetes

Alimentação saudável e prática regular de atividade física poderiam evitar o diabetes do tipo 2, que atinge 10% da população adulta do mundo. No Brasil, são 15,7 milhões de pacientes, tornando o país o sexto com maior incidência, atrás apenas de China, Índia, Paquistão, EUA e Indonésia. A previsão é de chegarmos em 2.030 com 23,2 milhões.

O tema é tão relevante que a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) trará ao Brasil o cardiologista americano Christopher Granger para abordar os desafios no combate ao diabetes, na 43ª edição do Congresso da Socesp, que acontece nos dias 8, 9 e 10 de junho em São Paulo. Granger é especializado em doenças cardiovasculares agudas, como o infarto, e é professor de medicina na Universidade Duke, onde também atua como diretor de pesquisa clínica no departamento de cardiologia.

“Há uma epidemia e o principal impacto do diabetes é a doença cardiovascular. Houve uma revolução na forma de tratar pacientes com diabetes e doença cardiovascular. Vou revisar as informações mais recentes sobre o que fazer e como proteger essas pessoas de complicações como o infarto e o AVC”, explicou o pesquisador em entrevista exclusiva à Socesp.

O Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade – Epico, da Socesp, que analisou mais de 9 mil pessoas de unidades básicas de saúde de 32 cidades paulistas, constatou que entre aqueles que já têm diabetes, apenas 25% mantêm valores de glicemia dentro das metas preconizadas. “Noventa e cinco por cento dos diabéticos estão acometidos com o tipo 2 da doença, patologia mais reincidente em obesos acima dos 40 anos, quando não há dependência de insulina. Não tratar o diabetes é um risco potencial de complicações cardiovasculares”, lembra a presidente do Congresso da Socesp, Fernanda Colombo.

Para o especialista americano, os cardiologistas devem estar familiarizados com os resultados de importantes ensaios clínicos, para educar, tratar seus pacientes e trabalhar de maneira coordenada com outros médicos para fornecer o melhor cuidado para prevenir doenças cardíacas. “O evento da Socesp é o congresso cardiovascular mais importante em toda a América do Sul. A informação trocada, incluindo pesquisas e educação, é fundamental para entender e melhorar o cuidado da doença cardiovascular, a principal causa de morte e incapacidade no Brasil”, concluiu o professor de medicina na Universidade Duke.

Granger liderou vários ensaios clínicos importantes na área de cardiologia, como o estudo Apex que testou o uso de um novo antiplaquetário (ticagrelor) em pacientes com infarto. O trabalho descobriu que o ticagrelor era mais eficaz do que outros antiplaquetários no tratamento da síndrome coronariana aguda. Outro importante achado do professor americano foi com o estudo Augustus, que investigou a eficácia e a segurança de uma terapia antitrombótica em pacientes com fibrilação atrial e síndrome coronariana aguda ou submetidos à angioplastia. Os resultados mostraram a eficácia do tratamento com menor risco de sangramentos em relação a outra terapia até então mais utilizada.

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