O sistema de saúde brasileiro é um dos mais abrangentes do mundo, combinando uma rede pública robusta com um setor privado muito ativo. Mais de 190 milhões de brasileiros são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que cerca de 80% dependem exclusivamente dele para cuidados médicos1. Enquanto a saúde suplementar somou mais de 1,9 bilhão de procedimentos só em 2023, de acordo com o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar2. Em um país com demandas tão amplas, garantir eficiência e qualidade no cuidado exige mais do que estruturas: requer visão integrada e evolução contínua.
O Dia Nacional da Saúde, celebrado em 5 de agosto, é uma oportunidade valiosa para refletirmos sobre os caminhos que estamos trilhando para garantir um sistema de saúde mais eficiente, seguro e centrado no paciente. Diante de uma população que vive mais e convive com doenças cada vez mais complexas, a integração entre tecnologia, informação e cuidado se tornou não apenas desejável, mas essencial.
Nos últimos anos, vimos um avanço significativo na adoção de tecnologias que transformam a forma como o cuidado é prestado, da entrada do paciente no hospital à alta. A digitalização das salas cirúrgicas, por exemplo, tem permitido maior precisão, agilidade e controle em procedimentos de alta complexidade. Equipamentos e sistemas conversam entre si, promovendo fluxos mais inteligentes e colaborativos, o que beneficia tanto a equipe médica quanto os pacientes.
Esse avanço só é possível por meio da interoperabilidade. Um ecossistema de saúde moderno precisa garantir que dados e dispositivos estejam conectados, integrando informações em tempo real. Uma comunicação segura e fluida pode contribuir para a construção de um ambiente mais eficiente, resiliente e sustentável, favorecendo o uso inteligente de recursos e possíveis redução do tempo de internação e a melhora no fluxo hospitalar. Desta forma, esses fatores poderiam trazer um impacto positivo nos desfechos clínicos, possibilitando que o paciente retorne mais rapidamente à sua rotina, promovendo um cuidado mais humano, ágil e alinhado às necessidades do sistema de saúde.
Nesse cenário, a segurança do paciente permanece como um dos pilares centrais da assistência. E ela está presente em detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos. Um exemplo são as camas hospitalares, que evoluíram de simples estruturas de apoio para verdadeiras plataformas de cuidado, com sensores inteligentes, alertas automáticos e interfaces que contribuem diretamente para a prevenção de quedas, monitoramento de sinais vitais e apoio à mobilidade do paciente.
É esse olhar ampliado sobre o ambiente hospitalar que deve guiar as inovações no setor: tecnologias que não apenas impressionam pela sofisticação, mas que, de fato, se traduzem em mais segurança, eficiência operacional e qualidade assistencial.
No fim das contas, tecnologia e cuidado caminham juntos. O futuro da saúde está na capacidade de integrar pessoas, processos e sistemas com um único objetivo: promover uma jornada mais segura e digna para todos os pacientes. Celebrar o Dia Nacional da Saúde é, também, reafirmar esse compromisso coletivo com a inovação que salva e prolonga vidas.
Dra. Fernanda Pimentel, Diretora de Medical Affair para a América Latina, da Baxter.
