Para ajudar a esclarecer os fatores que impactam os custos da saúde suplementar no País, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) encomendou um estudo técnico e aprofundado sobre o tema. O levantamento aponta que o gasto total do sistema teve um aumento de R$ 83,6 bilhões entre 2013 e 2018, um crescimento de 12,1% ao ano. O estudo mostrou o efeito combinado da variação da base de beneficiários, o aumento de frequência de uso de serviços de saúde, somados ao impacto da margem de contribuição das operadoras no período.
O fator que mais contribuiu para o crescimento dos gastos totais do sistema de saúde suplementar foi a frequência de uso, que passou de 22,8 para 29,6 eventos por beneficiário por ano, o que representa um crescimento de 5,4% ao ano. A maior utilização se concentra nas categorias de exames e terapias, seguidos por outros atendimentos ambulatoriais. Em consultas e internações a variação foi marginal.
De acordo com o estudo, os custos unitários de prestação de serviços cresceram a taxas de 6,7% ao ano, em linha com a inflação do período (5,9%) e inferior aos demais indicadores divulgados no setor, que se referem à variação dos gastos totais e não aos custos unitários de serviços do sistema.
De acordo com Henrique Neves, o propósito do estudo não é apontar responsáveis pelo aumento dos gastos, uma vez que todos os elos da cadeia têm responsabilidade de promover a eficiência e a melhor alocação de recursos no sistema, e cada um deles pode tomar ações para melhorar a atenção prestada à população. “Nossa prioridade é identificar e quantificar as determinantes, um passo fundamental para estabelecer uma agenda positiva para que o setor busque alternativas para a sustentabilidade da saúde suplementar no País”, avalia.
O executivo ressalta ainda que a Anahp vai repetir o estudo anualmente, oferecendo ao mercado dados consistentes sobre setor.