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Hospitais do interior de Goiás registram queda nos números de casos de dengue

por Redação
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O ano de 2024 trouxe novos desafios para o sistema de saúde do Brasil no combate à dengue. Após um período de relativa estabilidade, a doença voltou a apresentar um aumento significativo de casos, sobrecarregando os hospitais e colocando à prova a capacidade de resposta do país.

Em 2023, o Brasil já havia encerrado o ano na liderança do ranking mundial, com 2,9 milhões de casos, sendo mais da metade dos 5 milhões registrados em todo o mundo. Especialistas apontam que o fenômeno “El Niño”, com altas temperaturas, contribuiu para o aumento da sobrevivência do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.

Agora, em 2024, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que o Brasil registrou 6,3 milhões de casos, mantendo-se no topo do ranking pelo segundo ano consecutivo. De acordo com o painel de monitoramento do Ministério da Saúde mais de 3 mil mortes foram registradas no país por conta da dengue.

As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste lideram o número de casos, com a faixa etária mais afetada sendo a de adultos entre 20 e 69 anos, a maioria do sexo feminino.

Goiás

A ocupação dos leitos em unidades de terapia intensiva (UTI) destinados a pacientes com dengue chegou a 90% nas unidades municipais e a média, em abril, nas unidades do estado de Goiás foi de 98% em algumas regiões, colocando em risco o atendimento a outros pacientes. Porém, há tendência de queda de casos e os números comprovam isso.

Em Uruaçu, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) registrou, no início do ano, 209 pacientes com dengue. Já em fevereiro, esse número foi de 483 casos, em março caiu para 293, abril 167, e em maio 121. A unidade segue com enfrentamento contra a dengue e registrou, na primeira quinzena de junho, apenas 19 casos.

No Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) o ano começou com 95 pacientes com dengue, depois subiu para 385 em fevereiro. Em março, mais 495 casos foram registrados. O mês de abril foi o que teve o maior índice: 617 infectados. Já em maio, houve redução, contabilizando 109 casos a menos que o mês anterior, sendo 508 pacientes com dengue.

A tendência de queda também se verifica nos números do Hospital Estadual de Formosa (HEF). No início do ano, a unidade registrou 406 pacientes com dengue. Em fevereiro, esse número saltou para 1.989 casos, atingindo o ápice em abril com 2.626. E em maio caiu para 1.985 casos.

Mudança Climática

A mudança climática contribui para o aumento ou redução de contaminações. No calor e em dias chuvosos, o mosquito Aedes aegypti consegue sobreviver por mais tempo, algo que não acontece quando a temperatura está mais fria e seca. A infectologista do Hetrin, Pâmella Wander Rosa, explica que a dengue apresenta um comportamento sazonal. “As mudanças climáticas atuais, diminuição das chuvas e assim dos pontos de reservatório de larvas dos mosquitos, contribui para a diminuição de casos, assim como neste período ocorre diminuição da reprodução do agente transmissor”.

Segundo ela, as faixas etárias para a imunização ajudam no controle da imunização e diminuição dos casos. “A imunidade de grupo também é responsável pela diminuição dos casos (histórico de infecções prévias/circulação de sorotipos). A avaliação sobre impacto da vacinação será avaliada nos próximos picos da doença”, conclui.

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