A Prefeitura de Jundiaí, no interior de São Paulo, conclui neste mês a implantação do prontuário eletrônico nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Os pacientes terão todos os dados registrados eletronicamente com o uso da ferramenta, que fará parte de um sistema integrado de gestão em saúde.
A integração dos dados de saúde vai melhorar a gestão dos cuidados dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e garantir um planejamento mais adequado para cada região do município. “Assim, a prefeitura pode criar programas específicos para cada localidade, dependendo do perfil dos pacientes do local. Por exemplo: se um bairro tem muitos diabéticos, podemos promover atividades próprias para esse público, como ações de educação em saúde, atividades coletivas, entre outras”, explica Luiz Fernando Machado, prefeito de Jundiaí.
O sistema integrado de gestão deve ser concluído nos próximos quatro anos e tem investimentos previstos de R$ 18 milhões. Além do planejamento na saúde, a ferramenta traz economia de recursos com a gestão de dispensação de medicamentos, evita a duplicação de exames, bem como perdas de informações do paciente.
Em julho do ano passado, a prefeitura começou a implantar o prontuário eletrônico. A administração municipal ofereceu, até a presente data, treinamento para mais de 840 profissionais da saúde para utilizar a ferramenta, que terá certificação digital e as receitas médicas terão o “carimbo eletrônico” do médico. Essas receitas serão digitadas pelos profissionais e impressas dentro do consultório. Com isso, o entendimento da prescrição será facilitado, pois não haverá possibilidade de receita ilegível.
Alguns dados serão de preenchimento obrigatório no prontuário, como se foi aferida a pressão arterial do paciente. O sistema também contém a CID (Classificação Internacional de Doenças) que é um sistema criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para padronizar a linguagem entre os médicos, além de monitorar a incidência e a prevalência de cada doença.
A partir de maio, a implantação do sistema começa a ser expandida para os serviços de atenção especializada como ambulatórios e Caps (Centro de Atenção Psicossocial), por exemplo. “Ao longo dos cinco anos de contratos, a integração chegará inclusive ao nível hospitalar do município. Assim, os profissionais de saúde podem acompanhar a saúde do paciente em qualquer equipamento público de saúde”, detalha o prefeito.
Os agentes comunitários de saúde, que fazem parte de algumas UBSs como as Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF), também estarão munidos de tablets e poderão incluir informações dos pacientes durante as visitas domiciliares. Assim, as informações poderão ser inseridas nesse encontro, sendo possível a identificação das necessidades da população em tempo real.
Machado afirma que todos esses dados permitirão a elaboração de relatórios e indicadores de saúde atualizados momentaneamente, que poderão fortalecer a gestão de políticas públicas do setor: “Caso necessário, equipes multidisciplinares de saúde, por exemplo, podem ser acionadas para acompanhamento de ações específicas nas UBSs ou nas comunidades. As unidades de gestão podem inclusive atuar transversalmente oferecendo terapias não medicamentosas”.
A ferramenta também organiza melhor o fluxo do usuário dentro do serviço, direcionando-o para o setor que irá prestar seu atendimento pois, junto com o prontuário eletrônico, são instalados painéis de voz nas recepções dos serviços, que chamam o usuário obedecendo a ordem de chegada, o que também é um ganho para acessibilidade de portadores de deficiência visual.