O comprometimento respiratório dos pacientes com o novo coronavírus já foi amplamente discutido nos últimos meses. No entanto, outras disfunções podem acometer as pessoas a exemplo da sarcopenia, caracterizada pela perda de força e massa muscular, condição que é secundária a doença e ao internamento.
Sempre em busca de aprimorar os processos e oferecer um tratamento de qualidade a equipe do Hospital de campanha da Arena Fonte Nova – administrado pela Fundação Gonçalves e Sampaio (FGS Saúde) – desenvolveu protocolos específicos para avaliação e tratamento da sarcopenia. Conforme a fisioterapeuta Iura Gonzalez, que coordena a equipe de fisioterapia da unidade, os procedimentos foram elaborados com base nas diretrizes internacionais e a partir deles é possível triar os pacientes com sarcopenia provável, direcionar o tratamento de forma otimizada e identificar os ganhos de forma quantitativa.
“Fazemos uso de instrumentos diagnósticos precisos, com validade descrita e pontos de corte bem definidos pela literatura científica, visando atuar de forma direcionada nos possíveis impactos musculares da COVID-19 e do internamento. O nosso objetivo maior é minimizar as alterações da funcionalidade e/ou promover a sua recuperação de forma mais rápida permitindo que os pacientes retornem aos seus lares com tolerância ao esforço e capacidade para executar tarefas, o mais próximo da condição prévia ao internamento”, explica Gonzalez.
Além do tratamento com a fisioterapia a terapia nutricional é essencial para o tratamento e evolução do paciente. Conforme a nutricionista Tânia Martins “a nutrição exerce papel relevante na redução do risco da ocorrência e no tratamento da sarcopenia, uma vez que diversos nutrientes estão diretamente envolvidos na regulação do balanço protéico muscular. O consumo de proteínas quando associado com a prática de exercícios de força, é ainda mais efetivo para estimular o ganho de massa muscular”.
O Hospital de campanha Arena Fonte Nova, destinado exclusivamente para o tratamento de pacientes com Covid-19 foi implantado pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e é administrado pela Fundação Gonçalves e Sampaio (FGS).