A Blau Farmacêutica, uma das principais indústrias farmacêuticas da América Latina, que produz medicamentos de alta complexidade para o segmento institucional, divulgou o balanço do primeiro trimestre com importantes avanços em projetos estratégicos e que devem gerar valor para a companhia no curto, médio e longo prazo.
Ao todo no período foram quatro submissões de novos medicamentos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seis em outros países da América Latina, além da aprovação de quatro novos medicamentos no Brasil e de seis na América Latina. No mês de abril, a companhia obteve recorde de produtos registrados.
Os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) no trimestre totalizaram R$ 31 milhões, o que representa crescimento de mais de 100% em relação ao ano anterior e equivalente a 12% da receita líquida. O pipeline futuro da Blau Farmacêutica até 2026 inclui 49 produtos em desenvolvimento, em diferentes fases do processo, com mercado endereçável total de R$ 7,8 bilhões.
“Apesar de todos os desafios, estamos cautelosamente otimistas com o ano de 2023. Esse sentimento tem como base o número de registros alcançados até agora e os que ainda estão por vir, com processo de amadurecimento dos novos produtos, que vem ganhando cada vez mais representatividade em nosso faturamento, além do aumento de capacidade das plantas. Nossa expectativa é lançar 13 produtos, sendo dez oncológicos e três de especialidades que, em conjunto, possuem um mercado endereçável de BRL 926 milhões. Até abril, nós já lançamos sete dos treze medicamentos que serão lançados ao longo do ano”, destaca Marcelo Hahn, CEO da Blau Farmacêutica.
Ainda em abril, a Blau obteve a licença da Anvisa para iniciar a comercialização dos medicamentos fabricados nas duas novas linhas de produção de injetáveis, da planta P210, localizada na matriz, em Cotia, na Grande São Paulo. Atualmente, as linhas operam em dois turnos e devem aumentar em cerca de 30% a oferta de medicamentos da Unidade de Especialidades, podendo ultrapassar essa perspectiva com a criação do terceiro turno.
Em outubro do ano passado, a companhia assinou contrato para aquisição do Laboratório Bergamo, por US$ 28 milhões, e, em maio deste ano, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a transação sem restrições. O closing da transação está sujeito ao cumprimento de determinadas condições precedentes. O Bergamo foi fundado em 1946, possui planta própria localizada em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, que recebeu investimentos recorrentes nos últimos anos.
“Estamos muito animados com essa aquisição que irá nos auxiliar na ampliação de nossa participação no mercado de oncológicos, com incremento de capacidade produtiva de liofilizados, adição de importantes medicamentos ao nosso portfólio e ampliação de nossa receita. Desde a assinatura do contrato, em outubro, o Bergamo obteve dois novos registro, o fosaprepitanto e tigeciclina, ambos com lançamento no segundo semestre de 2023, e com mercado endereçável conjunto de R$ 110 milhões”, comenta o CEO da Blau.
No primeiro trimestre, a parceria com a Similis Bio, que tem avançado mais rápido do que o previsto, teve marcos relevantes em dois dos quatro anticorpos monoclonais que serão lançados no âmbito da parceria: a Blau recebeu os primeiros bancos de células de pesquisa e os biorreatores com grande capacidade (500 litros e 3 mil litros).
“Nossos investimentos na capacidade produtiva continuaram fortes no período. A planta P210 focada na produção de medicamentos da Unidade de Especialidades, por exemplo, foi inaugurada no final de 2022, com equipamentos de última geração, ambientes monitorados por inteligência artificial (BMS – Building Management System), sistema integrado de audit trail, para buscar uma alta capacidade produtiva com baixo custo operacional, aumentando cada vez mais a oferta dos nossos medicamentos de portfólio e os que estão no pipeline de lançamento. Tudo no mais alto nível em nossa indústria 4.0”, reforça Hahn.
Com uma sólida posição de caixa, que facilita a passagem da companhia por momentos mais turbulentos, a Blau registrou um lucro bruto de R$ 107 milhões no primeiro trimestre, com margem bruta de 42%, e receita líquida de R$ 258 milhões, com destaque para a venda de novos produtos, que representaram 8% da receita, e de operações internacionais, que seguem com boa performance e crescimento de volume vendido e receita nos países de origem, além da expectativa de novos lançamentos nos próximos meses. A Blau encerrou o trimestre com Ebitda (geração de caixa) de R$ 58 milhões, margem de 23%, e, mesmo diante desse cenário, um lucro líquido de R$ 52 milhões, com margem de 20,0%.
Nos próximos meses, a Blau dará início às obras de expansão do Blau Inventta, centro de PD&I que permitirá acelerar o desenvolvimento de novos produtos e aumentar a capacidade de análise de projetos. As obras terão início no segundo semestre, com previsão para inauguração em 2024. Já nas demais plantas, a companhia avançou nos projetos de ampliação de capacidade produtiva para atender às demandas do mercado.