segunda-feira, abril 14, 2025
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Instituto Ronald McDonald comemora mais de R$ 422 milhões investidos em oncologia pediátrica

por Redação
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No mês de abril, o Instituto Ronald McDonald comemora 26 anos de dedicação à oncologia pediátrica no Brasil, com um legado de mais de R$ 422 milhões investidos em programas e projetos voltados para o diagnóstico precoce e a melhoria do acesso ao tratamento. Ao longo de sua trajetória, a instituição apoiou mais de 2 mil projetos em 22 estados, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, que receberam juntas mais de R$ 65 milhões em investimentos, reforçando o compromisso com a redução das desigualdades regionais e o aumento das chances de cura para crianças e adolescentes com câncer.
“A cada dia, milhares de crianças no Brasil enfrentam a dura batalha contra o câncer, e o tempo pode ser o fator decisivo entre a vida e a morte”, afirma o Dr. Renato Melaragno, oncologista pediátrico com mais de 40 anos de experiência e membro da Comissão Médica do Instituto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 8 mil novos casos da doença são diagnosticados por ano. Quando detectado precocemente, o câncer infantojuvenil pode ter até 80% de chances de cura, mas o desconhecimento dos sinais de alerta ainda é um grande obstáculo.
26 anos do Instituto Ronald em números:

  • R$ 422,2 milhões investidos em oncologia pediátrica
  • 2.022 projetos apoiados em todo o país
  • Presente em 22 estados e 71 municípios
  • 111 instituições beneficiadas
  • Mais de 15 milhões de vidas impactadas
  • Mais de 44 mil profissionais e estudantes da saúde capacitados
  • Norte e Nordeste juntos receberam mais de R$ 65 milhões em investimentos

A desigualdade no acesso ao tratamento ainda é um desafio. No Norte do Brasil, por exemplo, a taxa média de sobrevivência é de 50%, enquanto no Sul atinge 75%. Para a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel, é preciso enfrentar essa disparidade com políticas públicas mais equitativas. “A jornada de uma criança com câncer não pode ser determinada pelo local onde ela nasce. O Instituto se dedica incansavelmente a reduzir essas desigualdades, atuando em todas as regiões e fortalecendo uma rede nacional de apoio”, reforça.
Câncer Infantojuvenil: Um desafio para a saúde pública

Os tipos de câncer mais comuns na infância são leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Como os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns, é essencial que médicos e pais estejam sempre atentos. Quando a doença é diagnosticada de forma precoce, as chances de cura podem ultrapassar 80%, como nos países de alta renda. Um dos fatores que contribui para o atraso na detecção da doença é a falta de informação direcionada aos profissionais de saúde.
“O câncer infantojuvenil deveria ser abordado dentro das políticas de saúde voltadas para a infância e adolescência, em vez de estar inserido na política geral do câncer. Como representa apenas 2% dos casos em adultos, acaba sendo menos valorizado”, explica Dr. Melaragno, reforçando que a atenção primária tem um papel essencial na identificação precoce do câncer infantil: “Capacitar profissionais da rede básica de saúde para reconhecer sinais de alerta e encaminhar os casos suspeitos para especialistas pode fazer toda a diferença na sobrevida e qualidade de vida das crianças”.
Avanços no diagnóstico e tratamento

Nos últimos anos, houve um avanço significativo no diagnóstico e no tratamento do câncer pediátrico. Hoje, é possível realizar diagnósticos muito precisos com base em alterações genéticas e moleculares, permitindo tratamentos mais adequados e menos agressivos. “As novas terapias chamadas de terapia-alvo tratam essas anormalidades moleculares com menos efeitos colaterais, garantindo mais qualidade de vida às crianças”, destaca Dr. Renato.
Além disso, programas como o Diagnóstico Precoce do Instituto Ronald McDonald têm feito a diferença. “Uma pesquisa com centros apoiados pelo programa mostrou uma redução significativa no tempo de diagnóstico, de 13 para 5 semanas”, explica Danielle Basto, gerente da área de operações e impacto social do Instituto.
A partir de 2025, uma nova fase do programa permitirá um monitoramento ainda mais próximo dos casos suspeitos e confirmados, ampliando a análise do impacto da iniciativa. Com 26 anos de atuação e mais de R$ 422 milhões investidos na oncologia pediátrica, o Instituto Ronald McDonald já impactou mais de 15 milhões de vidas. O Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil capacitou mais de 44 mil profissionais e estudantes da saúde e sensibilizou professores de mais de 300 escolas, contribuindo diretamente para a detecção mais ágil da doença.
Acolhimento e suporte às famílias

O impacto do câncer infantojuvenil vai além da criança diagnosticada, afetando toda a família. Muitas mães precisam deixar o trabalho para acompanhar o tratamento dos filhos, e em muitos casos, as famílias precisam viajar longas distâncias para buscar atendimento especializado. Nesse contexto, iniciativas como os Programas Casa Ronald McDonald e Espaço da Família Ronald McDonald desempenham um papel essencial.
“Nas Casas Ronald McDonald, cerca de 72% das famílias vivem com até 1 salário-mínimo por mês. Nos Espaços da Família, essa média é de 53,7%. Muitas dessas famílias enfrentam grandes desafios, e proporcionar um ambiente acolhedor faz toda a diferença”, afirma Danielle Basto. Segundo ela, cerca de 95% das famílias atendidas afirmam ter se sentido acolhidas e mais seguras para seguir com o tratamento.
Um desses exemplos é Larissa Santos, que veio de Emboguaçu, no Paraná e utiliza o Espaço da Família Ronald McDonald localizado no hospital do ITACI, em São Paulo. “A gente senta, conversa, fala um pouco da família, toma café, tenho acolhimento. O espaço é muito importante para mim e para outras mães”. O espaço, com capacidade para 18 pessoas, oferece sala de estar, copa, espaço para refeições, cadeiras de massagem, computador para uso dos familiares, além de livros e jogos como dominó, dama, tabuleiro e mais. Ao todo, em operação no Brasil, o Instituto Ronald McDonald conta com 9 unidades do Programa Espaço da Família Ronald McDonald em vários estados.
Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Ronald com os atendidos revelou que 84,7% das famílias hospedadas nas sete unidades do Programa Casa Ronald McDonald afirmam que não teriam alternativa de moradia durante o tratamento. “Muitas famílias que atendemos vivem em situação de vulnerabilidade e não teriam condições de custear estadias prolongadas em outra cidade. Nosso compromisso é garantir que nenhuma criança abandone o tratamento por falta de condições”, reforça Danielle.
A inspiração para esse acolhimento vem da Dra. Audrey Evans, oncopediatra americana que foi pioneira na criação das Casas Ronald McDonald na década de 70. “Ela chegou a abrir as portas da própria casa para abrigar famílias que não tinham onde ficar enquanto seus filhos recebiam tratamento”, lembra Danielle. “Seu legado continua vivo aqui no Brasil. No último ano, conseguimos atender cerca de 9.500 famílias, proporcionando apoio em um momento tão difícil.”
O futuro da Oncologia Pediátrica

Embora o câncer infantil tenha hoje altas taxas de cura – ultrapassando 80% dos casos -, garantir acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado ainda é um desafio. Para os especialistas, é essencial que as políticas públicas da oncologia pediátrica sejam elaboradas de forma independente da oncologia geral e com a participação ativa dos oncologistas pediátricos de todo o Brasil, considerando as diferenças regionais.
“O câncer infantil, que no passado era visto como uma sentença de morte, hoje tem chances de cura cada vez maiores. Mas para isso, precisamos continuar avançando em políticas públicas que valorizem a oncologia pediátrica, capacitar profissionais e garantir que todas as crianças tenham acesso ao tratamento adequado no tempo certo”, conclui Dr. Renato.
Danielle Basto reforça a importância do Instituto Ronald McDonald nessa luta. “Nosso trabalho não se limita apenas ao diagnóstico precoce e acolhimento. Buscamos constantemente inovação para ampliar o impacto positivo na vida das crianças e famílias atendidas. Acreditamos que, ao fortalecer essa rede de suporte e conhecimento, podemos contribuir significativamente para aumentar as taxas de cura e qualidade de vida dos pacientes.”

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