Healthtechs no Brasil: Qual o atual cenário e o que esperar no segundo semestre de 2024?

O Brasil tem observado  um aumento significativo no mercado de healthtechs e esse fenômeno não apenas reflete a transformação digital global, mas também responde a demandas locais por soluções mais acessíveis, eficientes e personalizadas no cuidado com a saúde.

Atualmente, esse ecossistema no Brasil é diversificado e dinâmico. Empresas emergentes estão explorando uma variedade de áreas, desde telemedicina e saúde digital até diagnósticos avançados e gestão de dados de saúde. Além disso, essas startups não apenas introduzem novas tecnologias, como inteligência artificial e big data, mas também repensam modelos de negócios tradicionais, buscando melhorar a eficiência operacional e a experiência do paciente.

De acordo com o levantamento feito pela Liga Ventures, maior rede de inovação aberta da América Latina, em parceria com a Unimed Fesp, ao todo, foram mapeadas 536 startups ativas que utilizam diferentes tecnologias com o objetivo de transformar o setor de saúde e entregar melhores soluções e produtos para a população. O estudo aponta que, cerca de 1% delas foram criadas entre 2020 e 2023, sendo: bem-estar físico e mental (10%); planos e financiamentos (10%); buscadores e agendamentos (8%); Inteligência de dados (8%) e seniortechs (6%).

Um aspecto crucial do sucesso é sua capacidade de adaptação às especificidades locais do sistema de saúde. Enquanto algumas startups se concentram em oferecer acesso a consultas médicas remotas em regiões remotas, outras desenvolvem soluções para melhorar a gestão de hospitais e clínicas urbanas. Esse enfoque personalizado não apenas atende às necessidades variadas dos pacientes brasileiros, mas também reforça  o potencial de crescimento das empresas no mercado interno e além-fronteiras.

À medida que nos aproximamos do segundo semestre de 2024, as healthtechs no Brasil estão posicionadas para enfrentar novos desafios e oportunidades. Um aspecto promissor é a crescente integração da tecnologia no sistema de saúde público e privado, impulsionada por políticas de digitalização e pela demanda crescente por eficiência e transparência.

Em complemento, a pesquisa citada acima mostra que, 40% das healthtechs são emergentes, 28% estão estáveis, 16% são nascentes e 16% delas disruptoras. Com relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se Telemedicina (23%); Data Analytics (22%); API (18%); Inteligência Artificial (17%) e Banco de Dados (15%). Já referente ao público-alvo, o estudo mostra que 49% das startups têm como foco o mercado B2B.

Diante desse cenário, espera-se que essas startups continuem a inovar, não apenas desenvolvendo novas soluções tecnológicas, mas também fortalecendo parcerias estratégicas com instituições de saúde estabelecidas, empresas de tecnologia e investidores. Essas parcerias são essenciais para escalar operações, expandir o alcance e garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Além disso, o cenário regulatório também desempenhará um papel crucial. À medida que o governo e os órgãos reguladores adaptam suas políticas para acomodar o avanço tecnológico, assim elas poderão operar em um ambiente mais previsível e propício à inovação.

José Maurício, COO da Doctoralia.

Related posts

Hospital Moinhos de Vento inaugura novas instalações de leitos intensivos para pacientes neurológicos

Aplicativo do Poupatempo permite consulta da posição na fila de transplantes

Especialistas debatem os impactos da tecnologia na saúde