Levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (Fidi), gestora de serviços de diagnóstico por imagem, o número de exames de mamografia realizados nas unidades da instituição em São Paulo e Goiás teve aumento de 30,5% no ano passado. Ao todo foram quase 178 mil mamografias em 2022 e cerca de 135 mil no ano anterior.
Durante o pico da pandemia, muitas pacientes interromperam os exames de rastreamento devido às medidas de isolamento social, mas, com o avanço da imunização, houve uma retomada. “As mulheres estão cada vez mais conscientes da importância dos exames para o diagnóstico precoce e redução da mortalidade. Os números já estão se aproximando dos níveis pré-pandemia. Em 2019, por exemplo, a Fidi realizou 209 mil mamografias”, explica Vivian Milani, médica radiologista especialista em saúde da mulher da fundação.
Segundo projeção do Instituto Nacional de Câncer (Inca), serão 704 mil novos casos de cânceres no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Deste total, 70% estão previstos ocorrer nas regiões Sul e Sudeste. O câncer de mama continua sendo o tipo de neoplasia com maior incidência nas mulheres — Sul, 71,44/100 mil; Sudeste: 84,46/100 mil.
Os sinais mais comuns do câncer de mama são aparecimento de nódulos, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, retração do mamilo, vermelhidão, descamação, feridas, secreção sanguinolenta ou cristalina pelo mamilo. Quando a doença é detectada em fase inicial, são maiores as chances de indicação de tratamentos menos agressivos e mais assertivos e, por conseguinte, maiores as chances de cura.
Tratamentos inovadores
“As inovações no tratamento oncológico, por meio de terapias conjugadas que combinam quimioterapia e biomedicamentos, têm contribuído para respostas bastante positivas de combate a tumores específicos, como o câncer de mama com superexpressão da proteína HER2”, observa Maria Cristina Figueroa Magalhães, médica oncologista parceira da Biomm, empresa de biotecnologia 100% nacional que desenvolve e comercializa medicamentos para o tratamento de doenças crônicas.
Terapias com trastuzumabe, por exemplo, são indicadas tanto para os casos de câncer de mama em estágio inicial quanto metastáticos, e em diferentes fases da doença. Podem, ainda, ser empregadas antes ou após cirurgia, associadas à quimioterapia, hormonioterapia ou a outro anticorpo, e estão disponíveis em hospitais públicos e privados no país.
“Outro benefício deste método é a ampliação do acesso a tratamentos eficientes e seguros, além de contribuir para o equilíbrio financeiro do setor de saúde por reduzir custos”, esclarece a oncologista.
Mais conforto e mais precisão
O avanço da tecnologia tem viabilizado a incorporação de diversas soluções de mamografia projetadas para aprimorar a acurácia dos resultados e permitir mais conforto às pacientes. Um exemplo é a utilização da inteligência artificial no apoio do diagnóstico médico, uma vez que os algoritmos ajudam a indicar onde há lesões de forma mais precisa.
A tecnologia é capaz de identificar padrões entre milhares de imagens de mamografia digital, elevando o patamar dos diagnósticos e contribuindo com a prática médica.
Levar mais conforto ao exame também está no radar do setor de saúde. “Temos investido, por exemplo, no desenvolvimento de equipamentos que reduzem a pressão de compressão, para aliviar o incômodo durante o exame, como o compressor que se encaixa no formato da mama, permitindo que a pressão seja aplicada uniformemente”, informa Melissa Kuriki, diretora da Divisão Médica da Fujifilm, que atua no diagnóstico de imagem.
Outra vantagem para as pacientes é a iluminação indireta quente, usada para iluminar o suporte de exposição, que ajuda a relaxar no momento do exame.
Combate ao câncer de mama
Para reduzir os fatores de risco, é importante adotar hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas regularmente, ter dieta balanceada, evitar o consumo excessivo de álcool, não utilizar reposição hormonal sem acompanhamento médico e fazer exame de mamografia anualmente.
Para mulheres com histórico da doença na família, ou entre 40 e 70 anos, o cuidado deve redobrado, pois os riscos de desenvolver a doença aumentam.