No mês da mulher, médicas ganham novo canal destinado ao oferecimento de apoio jurídico, lançado pela Associação Paulista de Medicina (APM). A iniciativa é um desdobramento de uma pesquisa feita pela entidade, em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), no final de 2023, que constatou que a maioria das mulheres médicas já sofreu preconceito e assédio em seus ambientes de estudo e de trabalho.
O estudo coletou respostas de mais de 1.400 médicas de todo o Brasil, e revelou que 70% delas relataram sofrer algum tipo de preconceito durante o exercício de sua profissão, e 6 em cada 10 mulheres médicas relataram ter sofrido assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho.
Em relação às denúncias, a pesquisa mostrou que 44% das médicas denunciaram os casos a seus superiores, e apenas 11% delas tiveram algum tipo de resultado. Das que levaram as queixas a autoridades policiais ou ao judiciário, o que representa pouco mais de 10% das respondentes, somente 5% dos casos foram investigados ou resultaram na punição dos responsáveis.
A APM passa a oferecer a partir deste mês de março um canal que pode ser utilizado pelas mulheres médicas, associadas ou não, caso precisem de apoio jurídico para realizar denúncias ou tomar outros tipos de providências. Basta procurar a Defesa Profissional da entidade, por meio do telefone (11) 3188-4207 e/ou e-mail defesa@apm.org.br. Em breve, também será disponibilizado um canal eletrônico para o serviço.
“É lamentável o quanto, na prática, o tratamento e o respeito para com as profissionais de Saúde mulheres é tão díspar em comparação aos homens”, afirma Francine Curtolo, assessora jurídica da Associação Paulista de Medicina. “Precisamos de mais avanços, mais respeito, mais vozes, mais espaços seguros e mais informação qualificada. Por isso, há a necessidade de ações duradouras de conscientização, com canais de denúncia, campanhas, divulgação dos direitos e combate à violência contra a mulher. O canal de apoio jurídico lançado pela APM é uma forma de contribuirmos com essa causa fundamental, prestando assistência às médicas mulheres”.
Além do apoio jurídico, a APM está formando o Comitê de Mulheres na Medicina, vinculado à Diretoria de Responsabilidade Social, para representar e defender as profissionais em suas mais diversas necessidades.