Em vigor desde abril, a Lei 14.831/2024, que criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, prevê a adoção de critérios para a promoção do bem-estar e saúde mental no mercado de trabalho. De acordo com a norma, o certificado será concedido às empresas após uma comissão nomeada pelo Governo Federal avaliar as práticas desenvolvidas. Para ser certificada por um período de dois anos, a companhia precisa também promover a transparência na prestação de contas, combater a discriminação e o assédio, em todas as suas formas.
“Em seu teor, a lei é bastante positiva e marca a evolução do mercado de trabalho em relação à promoção de saúde e bem-estar dos profissionais. Ainda faltam esclarecimentos sobre como se dará a análise por parte do governo, se os critérios de transparência e divulgação de boas práticas serão levados em consideração para a certificação e até mesmo como será feita a fiscalização durante os dois anos de validade da certificação. A lei é uma forma de valorizar as marcas que investem na saúde física e mental dos trabalhadores e deve criar um movimento para a adequação do mercado às tendências mundiais de promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis e seguros”, afirma Camila Nakata, gerente de Relações Institucionais da Pluxee, líder global em benefícios e engajamento para colaboradores.
A lei estabelece diretrizes como: oferecer programas de apoio psicológico; realizar campanhas e treinamentos; combater à discriminação; promover ambiente de trabalho seguro e saudável; incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a prática de atividades físicas, o lazer e a alimentação saudável; e manter um canal de recebimento de sugestões.
Bem-estar no ambiente de trabalho
O mercado de trabalho já conta com empresas com práticas e políticas que promovem o bem-estar físico e mental dos colaboradores, oferecendo um ambiente seguro, equilibrado e propício ao desenvolvimento pessoal e profissional. “A preocupação com a saúde, de forma geral, deve estar no radar das empresas, que podem ser grandes aliadas de seus funcionários quando se trata de bem-estar e qualidade de vida. Hoje, o setor de benefícios corporativos é vasto e oferece soluções completas para suprir todas as necessidades dos trabalhadores e empresas. É fundamental que as organizações saibam avaliar e oferecer o que seus colaboradores precisam e desejam. Afinal, o benefício é mútuo, pois o funcionário se sente valorizado e saudável, se tornando mais produtivo e engajado”, afirma Fabiana Galetol, diretora executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee.
O cuidado com a saúde mental do profissional já se tornou um dos benefícios com maior aderência e que mais agregam vantagens tanto para o colaborador quanto para a empresa. Na última década, houve uma aceleração na procura de serviços que proporcionassem aos colaboradores um complemento voltado à saúde mental. O trabalho e a vida pessoal estão totalmente interligados e exercem impactos positivos e negativos um sobre o outro.
As conversas sobre saúde mental e a medição das emoções no trabalho permitem que as empresas tomem decisões mais sofisticadas, que ajudam a criar uma cultura de prosperidade, produtividade e criatividade. Tais fatores estão relacionados também ao engajamento do colaborador e ao senso de acolhimento.
Levantamentos realizados pela Pluxee indicaram que 76% das pessoas sentem que sua performance no trabalho é afetada quando não cuidam de sua saúde física ou mental. Porém, 41% das empresas em que trabalham não oferecem nenhum benefício voltado à preservação e manutenção da saúde física (como auxílio médico, auxílio odontológico, apoio psicológico, nutricional, entre outros). Os dados também revelaram que 50% dos entrevistados estão acima do peso ideal; 43% não praticam exercícios físicos; 70% nunca fizeram nenhum tipo de acompanhamento psicoterapêutico e 75% trabalham em lugares que não oferecem benefícios voltados à saúde mental.
“Como sociedade, entendemos que a vida pessoal e a carreira estão interligadas e os números das pesquisas demonstram uma situação preocupante, principalmente quando se trata de saúde mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, representando 13% do total de todas as doenças. Sendo assim, as empresas devem olhar para seus funcionários e enxergá-los em sua integridade, disponibilizando ferramentas para que consigam lidar com a complexidade do mundo em que vivemos”, finaliza Fabiana.