A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou na última quarta-feira, 14, no Rio de Janeiro, a primeira reunião do Grupo Técnico de Remuneração, que contou com a participação de profissionais de saúde, prestadores, operadoras e representantes de associações e entidades relacionadas.
Apresentado pela diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, o encontro propôs o debate de novos modelos de pagamento aos prestadores de serviços da saúde suplementar.
“Esse debate começou no Laboratório de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação Setorial, em 2015. A proposta agora é discutir o tema remuneração de forma mais aprofundada, com foco na sustentabilidade do setor. O modelo diferenciado de remuneração só pode existir se tivermos um novo modelo de assistência. O debate de qualidade é diretamente ligado ao debate de remuneração”, destacou Martha Oliveira.
Experiências relatadas
Como forma de compartilhar boas práticas e incentivar os participantes a pensarem de forma inovadora, dois convidados apresentaram cases relevantes: o superintendente de Provimento de Saúde da Unimed-BH, Sérgio Bersan, e o presidente da RioSaúde, Ronald Munk.
Em sua apresentação, Bersan expôs a experiência da Unimed-BH com a implementação de modelos alternativos de remuneração. “A modalidade de pagamento impacta na qualidade do atendimento. Incentivos financeiros podem mudar a prática clínica dos profissionais de saúde, impactando no acesso da população aos cuidados em saúde”, disse o médico, destacando ainda o Programa de Certificação implantado para toda a rede prestadora da Unimed-BH em 2002, além do Projeto Selo de Excelência Assistencial.
Através do histórico de criação e desenvolvimento da RioSaúde, empresa pública com capital 100% da Prefeitura do Rio, Ronald Munk mostrou como modernizar a gestão em saúde no âmbito do SUS.
“Usando instrumentos como a tecnologia da informação, conseguimos, através de um aplicativo para celular, reduzir o tempo de espera em filas em nossas unidades de atendimento. Também padronizamos os procedimentos e regulamos a produtividade por médico e os pedidos de exames. Mas, antes, trouxemos os profissionais de saúde para serem parte da discussão de gestão”, explicou Ronald Munk.
Na busca por uma saúde pública de alto desempenho, a RioSaúde também implantou a gestão de custos, que inclui programa de parceria com fornecedores, redução do consumo de energia e o planejamento de insumos em ciclos trimestrais. O presidente destacou ainda o investimento nos profissionais da empresa, através de remuneração variável meritocrática e avaliação de desempenho formal e individual. Tais iniciativas resultaram no aumento do número de pacientes atendidos nos prazos determinados e na redução da taxa de mortalidade. (As informações são da ANS).