O termo ESG está sob os holofotes da saúde no momento. A sigla em inglês para enviromental, social and governance representa o conceito que tem por objetivo contemplar os aspectos ambiental, social e de governança, beneficiando não somente profissionais e pacientes mas todo o entorno de hospitais, clínicas, operadoras de planos e demais instituições do setor. É fundamental enxergar o novo mundo de possibilidades sustentáveis na saúde.
De acordo com o relatório “ESG nos Hospitais da Anahp”, os investimentos em ESG realizados nos últimos anos pelos hospitais associados ultrapassaram R$ 119,6 milhões e mais de 4,2 milhões de pessoas impactadas no Brasil. Isso é um grande sinal de como existem diversos gestores dispostos a construir um cenário cada vez mais sustentável, compromissado e expansível quando falamos na atenção com a sociedade.
Acelerados pela nova configuração social e por tudo o que estamos vendo nesse novo mundo pós-pandêmico, o compromisso do ESG na gestão de saúde tem se tornado uma ótima pauta para pensar os novos modelos e a melhoria na assistência de modo sustentável.
Pelo lado ambiental, a preocupação com a gestão dos resíduos gerados pelo hospital e a pegada de carbono são pilares essenciais para construirmos um mundo melhor no futuro. Apesar de a agenda da sustentabilidade não ser algo essencialmente novo, agora nos deparamos com um caráter de urgência ainda maior. Analisar desperdícios, a forma de descarte e a digitalização dos processos são alguns dos caminhos tomados para que essa agenda, voltada ao meio ambiente, possa ter impacto positivo na organização.
Alguns hospitais, inclusive, têm adotado a tecnologia como vetor de mudança deste cenário, analisando e otimizando a gestão dos insumos e retirando o papel do fluxo de atendimento com ações de transformação digital.
Olhando para o aspecto social da gestão, nota-se que as instituições de saúde não têm papel exclusivos para serviços de saúde, mas também se tornam referências no local onde estão inseridos. Entender esse papel e considerar o impacto que essas entidades têm dentro da região e da comunidade é essencial para que mais pessoas sejam beneficiadas e, por consequência, engajadas.
E não podemos nos esquecer da governança, fundamental para a valorização da equipe e de todos os atores que compõem o ecossistema hospitalar. O reconhecimento do profissional, a equidade salarial e o enaltecimento de canais de ética e compliance agem de forma instantânea para a melhoria do ambiente de trabalho e contribuem para um atendimento ainda mais humano ao paciente.
Trazendo para a balança, a governança sustentável da instituição de saúde é acompanhada de um bom controle financeiro e fiscal, retenção e atração de talentos e, consequentemente, a melhora da imagem perante a todos. É claro que grandes mudanças não são feitas de uma hora para outra, mas o fato é que, em se tratando de ESG, mesmo os pequenos avanços podem agregar grande valor.
*Alceu Alves é vice-presidente da MV, líder nacional em sistema e consultoria de gestão para a área da saúde.