A indústria farmacêutica é um dos pilares fundamentais da saúde global, fornecendo tratamentos essenciais que vão ao encontro de inúmeras doenças e condições médicas. Além do desenvolvimento e da comercialização de remédios, a implementação de programas de pacientes segue moldando tanto o futuro do setor quanto do atendimento na área.
Essas iniciativas, que visam oferecer suporte além do medicamento em si, têm sido peças fundamentais no que diz respeito ao cuidado holístico das pessoas. Atualmente, existem diferentes tipos de benefícios, construídos conforme as características dos pacientes, da indústria e de seus produtos:
Programas de acesso: o objetivo é reduzir as barreiras financeiras que impedem os indivíduos de iniciar ou continuar o tratamento. Ações do tipo podem ajudar a mitigar disparidades, democratizando o acesso e fornecendo recursos e suporte específicos para as necessidades de pessoas que vivem em comunidades carentes, por exemplo.
Programas de fidelização: incentivam a lealdade do consumidor por meio de benefícios adicionais. Podem incluir sistemas de recompensas (réguas de loyalty) que estimulam os pacientes a se manterem engajados com a marca ou o tratamento.
Programas de suporte em escala: combinam acesso e lealdade com suporte ao longo da jornada clínica. Esses programas são mais tecnológicos, oferecendo pontos de contato humano quando necessário, operando numa escala um-para-muitos (1:n).
Programas de suporte individualizados: focados em doenças raras ou medicamentos de alto custo, priorizam alto nível de suporte humano e relacionamento um-para-um (1:1). São essenciais para pacientes que necessitam de acompanhamento mais próximo devido à complexidade dos tratamentos.
Para se ter ideia, hoje, milhões de pessoas são atendidas por meio de algum PBM (Programa de Benefício de Medicamento) e diversos remédios são contemplados, entre genéricos, similares e de referência. Além disso, mais de 70 mil farmácias e drogarias em todo o país podem participar desse mercado e oferecer medicamentos e correlatos com valores muito mais acessíveis, e com grande desconto, dependendo do fornecedor.
Nesse contexto, as unidades que não aderem a programas que facilitam, sobretudo, a vida e o bem-estar da população, provavelmente já estão perdendo uma boa oportunidade de movimentar os negócios.
Obstáculos a superar
Mas como nem tudo são flores, o setor também enfrenta desafios que exigem estratégias eficazes para garantir o sucesso das iniciativas. Expandir ainda mais os serviços agregados nas farmácias é um deles. Isso porque ainda há uma lacuna a ser preenchida para garantir que todas as comunidades tenham acesso a uma ampla gama de soluções de saúde. Assim, quanto mais unidades aderirem a esse progresso, mais os estabelecimentos fortalecerão o papel de parceiros essenciais no ecossistema farmacêutico.
Outra questão crucial diz respeito à integração tecnológica. Afinal, é preciso contar com recursos de ponta para melhorar o suporte ao paciente e a eficiência dos programas, sem perder o toque humano essencial para o engajamento dos indivíduos. Além disso, assegurar a proteção da privacidade do usuário e a conformidade com as leis de saúde é também essencial frente a um mundo cada vez mais digital.
Empresas bem-sucedidas nesse mercado são justamente aquelas que conseguem integrar a tecnologia de maneira humanizada, oferecendo serviços que atendem às necessidades individuais dos pacientes, ao mesmo tempo que navegam com sucesso pelo ambiente regulatório.
Como se vê, os programas de pacientes representam uma evolução importante na forma como a indústria farmacêutica aborda o cuidado com a saúde. Eles reconhecem que o sucesso do tratamento vai além da eficácia do medicamento e que é necessário um enfoque holístico para garantir melhores resultados. Ao superar obstáculos que passam pela expansão de serviços, integração tecnológica e boas práticas de compliance, é possível oferecer oportunidades únicas para melhorar o acesso e promover benefícios a todos os envolvidos.
Cassyano Correr, diretor de Marketing da Interplayers.