A Ease Labs, empresa brasileira especializada em produtos farmacêuticos à base de cannabis, anuncia a ampliação de investimentos por meio de captação no mercado de capitais. A oferta pública foi coordenada pelo Itaú BBA Assessoria Financeira S.A./Itaú BBA, no montante de R$30 milhões, direcionada a investidores profissionais, assessorados pelos escritórios Cescon Barrieu e Costa Ferreira advogados. No ano passado, a empresa também recebeu um aporte de R$25 milhões vindos dos fundos Airborne, RJ Capital, Bullside e investidores anjo.
O investimento foi realizado por meio da emissão de uma Nota Comercial (NC), um instrumento financeiro regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e negociado na B3. Esse tipo de operação exige que a empresa emissora passe por rigorosas análises e critérios, inclusive comprovando que detém elevados padrões de governança e reputação sólida no mercado.
“A emissão da Nota Comercial é um passo significativo para a Ease Labs, pois nos insere no mercado de capitais e evidencia nossa capacidade de atender às exigências desse ambiente. Estamos nos preparando para operações com emissão de valores mobiliários ainda mais relevantes no futuro, visando consolidação da nossa posição como referência nesse setor e a expansão da nossa operação para outros mercados”, destaca Gustavo Palhares, co-CEO de Negócios e Relações Institucionais da Ease Labs.
No cenário internacional, há várias empresas de Cannabis listadas nas bolsas de valores, especialmente nos Estados Unidos e Canadá, no NYSE (New York Stock Exchange) e NASDAQ, além de algumas negociadas no mercado de balcão (OTC), como Canopy Growth Corporation (CGC), Tilray Brands (TLRY), Cronos Group Inc. (CRON) e Trulieve Cannabis Corp. (TCNNF). A maioria delas está envolvida no cultivo, distribuição, venda ou desenvolvimento de produtos, especialmente em mercados onde a Cannabis medicinal ou recreativa é legalizada, evidenciando a relevância e o potencial de crescimento do setor.
No Brasil, o mercado de Cannabis medicinal tem alcançado números expressivos. Em 2024, movimentou R$853 milhões, representando um aumento de 22% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Kaya Mind. As projeções indicam que o setor deve alcançar a marca de R$1 bilhão até o final de 2025. Além disso, o número de pacientes em tratamento com Cannabis medicinal no país foi de 672 mil, em 2024, um crescimento de 56% em comparação ao ano anterior, o que demonstra uma maior abertura do público para opções terapêuticas alternativas com segurança e eficácia comprovadas cientificamente.
De que forma a captação será utilizada
Para se destacar ainda mais neste mercado, a Ease Labs irá direcionar os recursos provenientes deste investimento ao fortalecimento das ações comerciais e de marketing, à aceleração de estudos científicos e ao crescimento sustentável da companhia. “Com a aquisição integral da Plena Colômbia, dedicada ao cultivo e extração de Cannabis, realizada por nós no ano passado – com os investimentos captados anteriormente – fomos reconhecidos como a maior empresa da América Latina atuante neste mercado, de acordo com a Prohibition Partners. Este novo aporte permitirá ampliar ainda mais as nossas operações, consolidar nossa estratégia comercial e acelerar pesquisas científicas que fortaleçam a base de evidências sobre a Cannabis medicinal, a fim de ampliar a confiança nesta opção terapêutica para profissionais da saúde e pacientes”, revela Guilherme Franco, Co-CEO de Competitividade e Desenvolvimento Científico.
O novo investimento reforça o sucesso da tese de venture debt do IBBA, ao apostar em uma empresa que, desde o estágio inicial, demonstrou capacidade de crescimento estruturado e aderência às exigências do mercado financeiro. “O fato da operação da Ease Labs ser farmacêutica e totalmente alinhada às regulamentações atuais da Anvisa e à legislação brasileira, é um aspecto fundamental para a parceria e confiança dos investidores. Reafirmamos sempre nosso compromisso com a inovação, excelência em governança e a contribuição para o avanço de novas tecnologias e tratamentos de saúde no Brasil”, conclui Palhares.
