Na semana passada, durante a madrugada, os computadores do Hospital Beneficência Portuguesa (BP) foram invadidos para mineração de bitcoins. A revelação, em tom de alerta ao setor hospitalar, foi de Denise Santos, CIO da entidade, ao final de um painel sobre inovação promovido pela Abimed, nesta segunda-feira, 22, durante a Hospitalar 2018.
Respondendo ao questionamento do mediador Daniel Greca, da KPMG, sobre a proteção de dados dos pacientes, ela disse que sua preocupação maior é em relação a cibersegurança, pois mesmo com firewall de primeira linha, a invasão derrubou os sistemas e parou a Internet até ao amanhecer. “Uma pesquisa recente diz que 0,5% de toda energia elétrica consumida está na mineração de Bitcoins”, disse a executiva, para exemplificar as ameaças que hoje podem afetar as organizações.
Explicou que o BP, hospital nível 6 da HIMSS, com 1.200 leitos, implantou o prontuário eletrônico há um ano e ainda sente dificuldades para que os profissionais preencham os formulários. “É um problema cultural que precisa ser superado”, enfatiza.
Mariana Perroni, coordenadora Médica da área de Healthcare Transformation na IBM, concorda com a CIO do BP, acrescentando que as informações dos prontuários devem ser usados para tomar melhores decisões e processos, servindo como base para a inovação. “A informação médica existente dobra a cada dois anos e a partir de 2020 vai duplicar a cada dois meses e meio”.