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Diagnóstico precoce de meningite pode ajudar erradicar a doença

por Allan Richard Gomes Munford
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Caracterizada por um processo inflamatório das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal —, a meningite é considerada uma emergência médica, diante de tantos quadros de complicação e frequência de óbitos em função da doença. A enfermidade é tão preocupante em nível global, que frear o seu caráter epidêmico é uma prioridade para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que busca reduzir pela metade o número de casos, evitando 70% das mortes causadas pela doença em sua versão bacteriana. Uma iniciativa capaz de salvar 200 mil vidas anualmente, quando se leva em conta um fator determinante: o diagnóstico precoce.

Como a evolução da meningite em sua forma bacteriana é rápida e altamente letal, um diagnóstico correto, ágil e preciso, pode ser crucial nessa corrida contra o tempo, ajudando a encontrar o medicamento mais indicado para cada caso, uma estratégia com potencial de ser eficaz também para impedir que a infecção acometa outras pessoas do círculo de convivência desses pacientes.

À medida que a ciência e a tecnologia avançam, juntas, ao lado do alcance estendido à cobertura vacinal, as inovações em diagnóstico chegam para somar nessa rotina de urgências. Se por muito tempo, testes como os de sangue e de líquor (líquido cefalorraquidiano LCR), que eram encaminhados para análise e levavam dias para se ter resultados, novos exames laboratoriais, por biologia molecular, também são feitos a partir da coleta de líquor, mas agora utilizam a metodologia de PCR em tempo real (que identifica diretamente o DNA e RNA do agente causador da doença). A nova forma de testagem é capaz de trazer uma resposta certeira em aproximadamente uma hora.

Ao apresentarem sintomas parecidos, independentemente do patógeno causador da doença — entre vírus, fungos e bactérias —, as meningites podem inclusive ser facilmente confundidas com outras enfermidades, como a gripe e a gastroenterite. Por isso, a chegada desses novos testes sindrômicos já é vista como um verdadeiro divisor de águas nessa luta contra as epidemias da doença.

Ao distinguirem até 15 diferentes patógenos responsáveis pelos quadros de meningite, por meio do material genético presente em uma única amostra, as novas tecnologias apontam, inclusive, quando a infecção é causada por mais de um agente simultaneamente. Um caminho veloz, de alta sensibilidade e específico para o manejo correto dos infectados.
Aprofundando um pouco mais a análise sobre este cenário, além da importância dos diagnósticos sindrômicos para os diferentes tipos de meningite, algo muito relevante é a questão do uso consciente e assertivo dos antibióticos. Ter a certeza de estar utilizando o medicamento correto contra uma bactéria ou um fungo, faz total diferença no manejo clínico do paciente e evita a formação de resistência antimicrobiana.

Em casos de meningites virais, esses medicamentos não surtirão efeito, por exemplo, e não devem ser administrados. Quando falamos dos quadros bacterianos, o uso precoce do antibiótico correto pode evitar as sequelas e a redução dos casos fatais.

Ao apresentar sintomas iniciais como febre, mal-estar, dores no corpo, dor de cabeça e náuseas, as meningites podem rapidamente evoluir para outras condições, como a rigidez na nuca, aumento da sensibilidade à luz e confusão mental. Com alto índice de letalidade, ao início dos primeiros indícios é recomendada a busca por ajuda médica; uma atitude que junto aos avanços da ciência e da medicina, pode ajudar a salvar milhares de vidas.

*Allan Richard Gomes Munford é gerente regional Latam de marketing para diagnósticos sindrômicos da QIAGEN.

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