quinta-feira, novembro 21, 2024
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Com quase US$ 3 Milhões, Pannex Therapeutics avança em tratamentos contra o câncer de mama

por Redação
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O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes e mortais entre as mulheres em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa neoplasia é a principal causa de morte por câncer no público feminino, com milhões de novos casos diagnosticados anualmente. Dentro desse espectro, o câncer de mama triplo-negativo (TNBC) destaca-se por sua agressividade e dificuldade de tratamento.

Caracterizado pela ausência de receptores hormonais e da proteína HER2, o TNBC não responde às terapias hormonais ou direcionadas, deixando a quimioterapia e a cirurgia como as principais opções de tratamento. Infelizmente, essas alternativas frequentemente não são suficientes, resultando em uma alta taxa de mortalidade. É nesse cenário desafiador que a Pannex Therapeutics surge como uma esperança, desenvolvendo tratamentos para combater essa forma letal de câncer.

A Pannex Therapeutics foi fundada em 2020 pelo brasileiro David Bravo, juntamente com Thomas Gerlach e Gerhard Gross, em resposta à necessidade urgente de novas terapias para cânceres agressivos, como o de mama triplo-negativo. A empresa nasceu durante a pandemia de COVID-19, quando Bravo decidiu recomeçar do zero no Chile. Com apenas uma ideia promissora e a experiência acumulada de suas empreitadas anteriores, o fundador conseguiu entrar em programas de aceleração de startups após um ano de empresa.

Em 2020, a Pannex foi selecionada pela The Ganesha Lab, uma aceleradora global de empresas de biotecnologia. Com a mentoria proporcionada pelo grupo, a empresa desenvolveu uma visão de negócios mais sólida e traçou metas de internacionalização. Já em 2021, a biotech foi escolhida pela IndieBio, a maior aceleradora de biotecnologia do mundo, e recebeu US$ 275.000 durante o programa e um segundo investimento US$2 milhões, o que permitiu estabelecer suas operações nos Estados Unidos e avançar na pesquisa e desenvolvimento dos novos compostos focados em soluções para o tratamento do câncer. Ao todo, a empresa já recebeu quase US$ 3 milhões em investimentos de aceleradoras e investidores-anjo.

Estudos preliminares mostram que o tratamento inibe o crescimento do tumor em até 80%

Em julho de 2023, a equipe de pesquisadores da Pannex iniciou estudos in vitro para testar uma linha celular de câncer de mama humano triplo-negativo, com o objetivo de avaliar a eficácia dos bloqueadores do canal Panx1, uma proteína altamente relevante em diversos estágios do câncer. Nos testes em modelos animais de estágio IV de TNBC, os medicamentos da Pannex Therapeutics inibiram o crescimento do tumor em 80% dos casos, sem causar efeitos colaterais.
Em um estudo subsequente, a empresa avaliou a inibição da metástase, rastreando a disseminação do câncer para diferentes órgãos. Cinco dos seis novos candidatos a medicamentos apresentaram uma redução média de 90% na metástase para pulmões, fígado e cérebro.

“Com nosso tratamento, a metástase foi reduzida em mais de 90%, resultando em uma sobrevida significativamente maior para os animais em comparação com aqueles que não receberam o tratamento. Em comparação com as terapias existentes na literatura médica, nossos compostos mostraram-se muito superiores, e acreditamos que ainda há potencial para melhorias”, explica Bravo.

Atualmente, a startup realiza uma terceira rodada de estudos em animais, focando na capacidade dos compostos em reativar o sistema imunológico. “A reativação do sistema imunológico é crucial para a eliminação completa do câncer, pois ele tem a capacidade de reconhecer e destruir células tumorais anômalas. Nossos estudos in vitro indicam que os compostos podem potencialmente ‘aquecer’ tumores frios, que são aqueles que o sistema imunológico não consegue detectar devido aos mecanismos de evasão do câncer”, completa Bravo.

Após esses resultados, a Pannex iniciará os estudos para obter a aprovação da FDA (Food and Drug Administration), a agência federal de saúde dos Estados Unidos, para realizar estudos clínicos em humanos, visando o lançamento do tratamento no mercado norte-americano e, posteriormente, na América Latina.

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