A inteligência artificial (IA) tem potencial para revolucionar a saúde no Brasil, mas precisa ser aplicada de forma simples, acessível e humanizada. Essa foi a principal mensagem de Rafael Teixeira, CEO e cofundador da Clínica da Cidade, durante o último painel do 16º Fórum Saúde Digital.
À frente de uma rede com mais de 50 unidades, entre próprias e franqueadas, Rafael destacou que seu maior interesse na IA está em resolver gargalos do atendimento primário, onde estão as maiores dores do sistema: filas, burocracia, retrabalho e baixa eficiência operacional. “Vejo pouca aplicação real de IA no atendimento primário, justamente onde ela pode gerar mais impacto. É lá que estão os maiores desafios do dia a dia”, afirmou.
O executivo apresentou exemplos práticos de como a rede está aplicando IA para ganhar escala e eficiência, sem abrir mão do acolhimento ao paciente:
-
Atendimento e agendamento inteligentes via WhatsApp e telefone, com IA capaz de compreender a queixa do paciente, indicar o profissional adequado e sugerir exames preventivos;
-
Prontuário automático e transcrição de consultas, permitindo que médicos foquem na escuta e no olho no olho, enquanto a IA cuida da burocracia;
-
Análises preditivas para gestão e suporte a franqueados, com dados processados em tempo real para otimizar agendas e monitorar performance das unidades;
-
Agentes virtuais personalizados para pacientes, atuando como assistentes de saúde contínuos, e para franqueados, acelerando suporte e padronizando treinamentos.
Rafael reforçou que o grande desafio não é a tecnologia, mas a aceitação e a simplicidade. Em uma rede que atende pacientes de todas as idades e perfis, muitos sem familiaridade digital, a IA precisa ser intuitiva. “Se a minha avó não consegue usar, não é inovação de verdade”, brincou.
Para ele, o futuro da saúde passa por uma IA que ajude o médico a ganhar tempo sem perder empatia, apoie gestores com dados e estimule prevenção antes que o atendimento vire urgência. Mas tudo isso precisa caber na realidade financeira de clínicas e pacientes. “Tecnologia boa é a que cabe no bolso do meu franqueado e, principalmente, no bolso do meu paciente”, concluiu.
Assista o painel completo: