A inteligência artificial (IA) está redefinindo tanto a prática médica quanto a educação na área da saúde, segundo Dr. Ronaldo Gismondi, diretor médico da Afya. Em sua participação no 16º Fórum Saúde Digital, ele destacou que o maior impacto percebido até agora é o ganho de tempo para médicos e alunos, ao reduzir tarefas burocráticas e tornar o aprendizado mais individualizado.
“O principal benefício da IA é liberar o humano para atividades de criatividade, interação e conexão”, afirmou. Para os médicos, isso significa dedicar mais atenção ao paciente, reduzindo o tempo gasto digitando prontuários ou buscando informações. No ensino, possibilita identificar padrões de erro e oferecer conteúdos personalizados para cada aluno, aumentando a efetividade da aprendizagem.
Entre os exemplos citados pelo executivo, estão:
-
Transcrição automática de consultas, integrando fala do médico e do paciente diretamente ao prontuário eletrônico, o que já reduziu à metade o tempo gasto em registro clínico;
-
Modelos de linguagem natural (como ChatGPT e Copilot) aplicados à prática médica, para tirar dúvidas rápidas sobre medicamentos, interações e condutas;
-
Whitebook, aplicativo da Afya usado por 200 mil profissionais, que já utiliza IA para responder dúvidas em linguagem natural e funciona inclusive offline, facilitando o acesso em regiões remotas;
-
Soluções para educação médica, que identificam lacunas de aprendizado e oferecem conteúdos sob medida, como flashcards, mapas mentais ou textos explicativos.
Para o diretor médico, o uso correto da IA eleva a satisfação de médicos e pacientes. “Quando o médico consegue olhar no olho do paciente, sem se preocupar em digitar tudo, a consulta ganha em qualidade e empatia”, disse. Ele ressaltou, porém, que prompts bem estruturados e o uso de versões confiáveis das IAs são fundamentais para evitar erros.
Ao concluir, Ronaldo reforçou que a tecnologia deve potencializar a prevenção e a humanização na saúde, sem substituir o julgamento clínico. “IA é uma ferramenta poderosa, mas precisa ser usada com responsabilidade. Ela ajuda a acelerar processos, não a substituir o cuidado humano”, destacou.
Assista o painel completo: