A cirurgia robótica é uma tecnologia que beneficia a experiência hospitalar de pacientes que precisam passar por alguns procedimentos cirúrgicos. No caso de José Roberto Grassi, de 55 anos, ela foi a técnica escolhida para conduzir a sua segunda cirurgia bariátrica, realizada no Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Dasa. A intervenção objetivava a perda do excesso de gordura após um transplante de fígado.
“Eu tinha esteatose gordurosa, quando o fígado absorve muita gordura, e o meu estado de saúde estava crítico porque o pâncreas também estava comprometido. Então, foi decidido que eu faria um transplante de fígado para tratar essa condição e, logo depois, a cirurgia bariátrica para reduzir o peso, já que foi o excesso de gordura que causou a doença”, explica o paciente, que foi operado pela equipe do dr. Eduardo Fernandes. No mesmo dia do transplante, ele fez a sua primeira bariátrica com a equipe do dr. Fernando de Barros, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital São Lucas Copacabana e do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN).
Por causa do tempo de recuperação do transplante e da bariátrica, José ficou 90 dias em supervisão no hospital e precisou fazer hemodiálise. Apesar da perda de peso dentro do esperado, o paciente não se adaptou à primeira bariátrica e foi submetido a um segundo procedimento, agora com a tecnologia robótica e a técnica de by-pass gástrico. Depois de um mês, José Roberto já havia retornado para casa.
“Com a cirurgia robótica, a recuperação foi melhor e mais rápida. Ainda tenho sequelas da esteatose gordurosa e da pancreatite que me impedem de ter a vida plenamente normal como antes, como a amônia que subiu do fígado para o cérebro e me deixou com déficits de raciocínio, mas a minha saúde já está bem melhor. Todos os dias, acordo e agradeço a minha vida e aos esforços do dr. Fernando de Barros e do dr. Eduardo Fernandes”, emociona-se. “Foi com a ajuda deles, juntamente com a de Deus, que continuo vivo hoje”.
Benefícios da cirurgia robótica
Segundo o dr. Fernando de Barros, a cirurgia robótica oferece mais precisão tanto nos movimentos quanto na visualização de imagens, permitindo que a equipe médica tenha o melhor desempenho em procedimentos minimamente invasivos, como ocorre na cirurgia bariátrica.
“O diferencial está na precisão dos movimentos. Por se tratar de uma cirurgia minimamente invasiva, o trauma pós-cirúrgico proporciona menos dor, retorno às atividades mais rápido e melhor aspecto estético das incisões. Na plataforma em que o cirurgião controla as pinças do robô, conseguimos ter a visão em 3D e aumentada da região operada”, explica.
A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com o IMC acima de 35 kg/m2 com comorbidades associadas ao excesso de gordura, como hipertensão, diabetes tipo 2 e problemas hepáticos, ou que tenham o IMC acima de 40 kg/m2, com alguma doença associada ou não. Segundo o dr. Fernando, apesar de ser um método para a perda de peso, já nas primeiras semanas, é possível perceber os efeitos metabólicos benéficos à saúde, como remissão do diabetes, da hipertensão e de outras doenças associadas.