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Telemedicina expande o horizonte do atendimento ao paciente, mas precisa ser regulamentada

por Redação
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Pela primeira vez as opções de cuidados do paciente não são limitadas pela localização geográfica, pois com o uso da telemedicina a saúde expandiu seus limites de atuação, proporcionando atendimentos em todas as modalidades da Medicina.

Caio Soares, presidente da entidade Saúde Digital Brasil, conta que os serviços de telemedicina tiveram uma aceleração durante a pandemia, o que levou a uma rápida transformação do setor, ocasionada não pelo que se deu nas empresas ancoradas na tecnologia, mas muito mais no comportamento frente a novidade da telemedicina que permitiu que  fosse impulsionada no serviço de atendimento ao paciente.

“Devido a característica de evitar o contato pessoal, a telemedicina veio como solução possível e rápida para médicos e pacientes. Uma mudança de comportamento que empurrou a transformação digital.”, disse.

Segundo ele, vários desdobramentos vieram na sequência dessa adoção como  a questão regulatória – muito específica. “Mas não há hoje  qualquer insegurança  quanto à utilização, entretanto há muitas dúvidas neste momento, será que posso continuar ? Onde armazenar dados? O que fazer com essas informações? Mesmo quanto a LGPD há inseguranças do que podemos e até onde ir com este arcabouço de informações que temos”, reforçou o executivo.

Conforme Fernando Paiva, co-founder Dr. Kids e Nephro Tech, a telemedicina  foi disruptiva e fundamental no processo da pandemia, mesmo já sendo  utilizada há algum tempo, “Ela tem um efeito positivo pois coloca o paciente como centro da atenção”, ressaltou.

Para ele, a telemedicina em todos os aspectos de escalabilidade e de desfecho clínico,  se mostrou mais robusta mesmo que ainda muitos wearables não sejam utilizados de forma  significativa para medicina  preventiva e  personalizada.

“Agora estamos pensando na telemedicina de forma fragmentada, mas precisa ser estruturada e cada um dos participantes melhorar seu déficit de “mind set” e tecnologia para ser considerado no futuro como uma fonte para o data lake a ser utilizado para benefício do paciente”, comentou.

Paiva diz que no Brasil, seja na área pública, privada ou filantrópica há uma jornada a percorrer e a telemedicina teve relevância num momento crítico e vai continuar.

“Tecnologias exponenciais, a segurança de dados , AI e Machine Learning estão substituindo o artesanal e manual.  A automação e integração com interoperabilidade somadas às estratégias de telemedicina irão ter força enorme em função do tratamento personalizado que se deseja”, informou

Para Flávio R. Marques, gerente de Engenharia de Aplicação da Furukawa Electric LatAm,  junto com a telemedicina, a infraestrutura desempenhou um papel  de  ser um serviço de missão crítica.  Todos os sistemas precisaram trabalhar interconectados.

A perspectiva dessas características de baixa latência e alto desempenho, aliados ao 5G poderá em um futuro próximo entregar uma grande performance aos provedores e um grande apoio aos clientes finais, garantido pelos benefícios que a tecnologia proporciona neste sentido.

Rodrigo Uchoa, diretor de Transformação Digital da Cisco do Brasil,  comentou sobre os programas de telemedicina  desenvolvidos na empresa há 6 anos em vários países. Segundo ele, no Brasil, no ano passado, diante  da real necessidade de digitalização, o uso da teleconsulta cresceu excepcionalmente, mas ainda há muito que se fazer especialmente nos modelos de saúde onde o atendimento do tipo UTI ocorre em domicilio e são monitorados a distância.

“Muita coisa ainda precisa ser discutida, muitas estratégias diferentes  precisam ser somadas como dos equipamentos médicos  vestíveis e a  integração com outros sistemas legados para o melhor resultado do atendimento paciente, por meio de  uma medicina conectada”, enfatizou o executivo, que não esconde sua frustação com a falta de qualidade dos dispositivos de monitoramento disponíveis no Brasil, o que impende atender uma demanda reprimida.

Neste campo ainda há muito a se caminhar, como no monitoramento do ato cirúrgico, na capacitação de  equipes especializadas que atuam remotamente.” Existe uma lacuna na necessidade de infraestrutura, interoperabilidade e  conexão entre sistemas  e desejamos  caminhar para vencer estes desafios e criar estratégias para sempre buscar aceleração, redução de custos e aumentar a qualidade do atendimento ao paciente”, disse.

Complementando, Jacson Barros, Strategic Business Development Manager – AWS, assegura que “a telemedicina não volta atrás já que está cada vez mais aprimorada e mais  serviços  entraram neste escopo, tanto para quem fornece quanto para quem consome”.

“Enquanto aguardamos legislação mais clara sobre este tema, o cidadão está apto a usar este serviço e esperamos que o desfecho clínico também seja aprimorado.  Visando sempre a qualidade do atendimento, espera-se que haja capacitação dos profissionais e que estes tomem os inputs da tecnologia para produzir melhores diagnósticos e decisões clínicas, aliados a padronização de plataformas e integração de dados; e tudo isso deverá estar em perspectiva no futuro”, disse.

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