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Hospital Moinhos de Vento contratou 330 profissionais e abriu 50 leitos de terapia intensiva nos últimos meses

por Redação
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Desde o início da pandemia, o Hospital Moinhos de Vento abriu 50 novos leitos de terapia intensiva, sendo 40 só em 2021. São vagas de retaguarda, previstas no plano de ação elaborado em fevereiro de 2020, pelo Comitê de Enfrentamento do Coronavírus, antes mesmo do primeiro caso confirmado no Rio Grande do Sul. Para cuidar dos pacientes, desde o último trimestre de 2020, foram contratados 330 profissionais — 50 médicos, 32 enfermeiros, 180 técnicos de enfermagem e 20 fisioterapeutas, entre outros colaboradores —, além do preenchimento de vagas regulares do quadro da instituição.

De acordo com o Superintendente Executivo, Mohamed Parrini, é necessário abrir esses números para mostrar a dimensão do que as instituições de saúde estão enfrentando. “Iniciamos a pandemia com 56 leitos de terapia intensiva, encerramos 2020 com 66 e, agora, estamos com 106. Mas, para conseguirmos nos adaptar rapidamente, dentro do cronograma, é preciso de método e disciplina. A tradição de profissionalismo e organização do Hospital Moinhos de Vento nos beneficia num momento de crise como este. Temos planejamento, equipes, investimentos e muito claro o propósito de cuidar de vidas”, explica Parrini.

A estrutura física do hospital precisou ser adaptada para comportar a expansão do Centro de Terapia Intensiva. Áreas de internação clínica e cirúrgica foram convertidas em espaços para atendimento a pacientes com COVID-19. E para ter profissionais voltados a cuidar deles, os investimentos incluem um acréscimo de 33% no tempo de dedicação dos médicos intensivistas, que saltou de 8 mil horas ao mês para 12 mil. Anestesistas também foram adicionados à equipe para suprir a necessidade.

O planejamento consistente e a contínua adaptação para expandir a capacidade de atendimento aos pacientes — muitos dos quais vêm até de outras cidades e estados — garantiram índices de recuperação acima da média e baixa mortalidade. “Somos muito rigorosos na execução do plano de ação. Estamos trabalhando nesta pandemia e realizando expansões e adaptações do hospital há um ano. Mas não assumimos cronogramas que não vamos conseguir cumprir. Primeiro, executamos, fazemos funcionar e, depois, divulgamos. Sempre com transparência. Fomos os pioneiros na elaboração de um boletim diário com os números de internações e casos, que serviu de referência para outras instituições”, afirma.

Não é só abrir leito

Segundo o Superintendente Médico, Luiz Antonio Nasi, os maiores desafios no momento são a exaustão das equipes que atuam nas áreas de atendimento a pacientes com COVID-19 e a busca contínua por novos profissionais para atender as ampliações que o Hospital Moinhos de Vento tem realizado nos últimos meses. “Não basta investirmos em novos equipamentos e expansão de áreas físicas. Precisamos encontrar profissionais qualificados para o atendimento de pacientes críticos, que atuem em terapia intensiva”, reforça Nasi.

Superintendente Assistencial, Vania Röhsig pondera que, mesmo com todos os esforços, há limites. “Para cada dez leitos de UTI, a instituição precisa contratar aproximadamente mais 60 profissionais de diferentes especialidades. E, ainda, equipes de alimentação, limpeza e esterilização. Contratamos 330 novos colaboradores e ainda temos 280 vagas abertas, com dificuldade para preenchê-las. Além de investimentos em infraestrutura física e tecnológica, como aquisição de equipamentos como respiradores e monitores, para o tratamento do ar, material de enfermagem específico, treinamento de pessoas”, pontua Vania.

Casos mais graves e pacientes mais joven

Outra preocupação apontada pela direção é a mudança no perfil dos pacientes e de comportamento do vírus. As internações de pessoas com menos de 60 anos representam 44% dos casos no hospital. No boletim do dia 8 de dezembro, há três meses, essa proporção era de 25%. Ao mesmo tempo que a faixa etária diminuiu, a complexidade dos quadros clínicos, a gravidade e a letalidade da doença estão maiores. A taxa de ocupação de leitos do Centro de Terapia Intensiva passou de 115,15%, em 28 de fevereiro, para 145,45%, no dia 8 de março.

“Hoje, 60% dos nossos pacientes são casos de COVID-19, a ainda estamos com mais 15 pacientes em média na Emergência, aguardando leitos de terapia intensiva. E, por isso, precisamos continuar nos preparando, pois o futuro está incerto.”, acrescenta Mohamed Parrini.

Outro dado que alerta é a mortalidade geral por COVID-19: no ano passado, era de 10%, saltando para 19%, em fevereiro deste ano. Se a análise for apenas de pacientes que necessitaram de terapia intensiva, a elevação na taxa de óbitos passou de 28%, em 2020, para 44,4%, em fevereiro de 2021.

Desde o início da pandemia, foram atendidos cerca de 22 mil pacientes na Emergência, dos quais 36% testaram positivo. A proporção de pacientes que precisaram de internação hospitalar foi de 25%. Por dia, são internadas em média 15 pessoas com COVID-19.

Organização, segurança e novas formas de atendimento

Quem vai hoje ao Hospital Moinhos de Vento encontra no pátio e nos acessos um ambiente tranquilo. Diversas atividades foram suspensas ou limitadas para garantir a segurança de pacientes, colaboradores e familiares. Visitas foram vedadas, estruturas foram reduzidas para a realocação dos recursos e procedimentos eletivos estão suspensos.

A instituição está reforçando o atendimento por telemedicina e, também, domiciliar. A preocupação é garantir o acompanhamento e tratamento de todos os pacientes, principalmente com condições mais urgentes e graves — como doenças cardíacas, neurológicas e câncer. A expansão é importante, também, para evitar que pessoas precisem se deslocar até o hospital para realizar consultas e exames, como ecografias, e prevenir doenças ou agravamento de problemas de saúde, garantindo a continuidade do cuidado.

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