quarta-feira, setembro 18, 2024
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Quando trabalho e tecnologia são antônimos de saúde e bem-estar

por Maria Emilia Leme
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Trabalho e tecnologia são quase sinônimos em se tratando da relação que se estabeleceu para desempenharmos as tarefas com efetividade e apresentarmos os melhores resultados. Mas entre estas duas palavras, absolutamente irmanadas no mundo corporativo da atualidade, há inúmeras chances de encontrarmos profissionais ansiosos, deprimidos, adoecidos, enfim, pelo espectro da produtividade diante de uma tela que parece nunca desligar.

A tecnologia, de fato, tornou-se indispensável para o desenvolvimento pessoal e profissional. A um clique está o relatório que dará sustentação às nossas melhores argumentações diante de um projeto que precisamos aprovar. Em poucos minutos no smartphone, no tablet ou no notebook nos atualizamos das tendências nos negócios. E, claro, estamos sempre prontos para a reunião virtual.

Mas quando as exigências advindas dos avanços tecnológicos são constantes e as telas do trabalho parecem nunca se render ao modo standby, é provável que estejamos nos encaminhando para o modo estresse, que sabemos, vem acompanhado de graves consequências para a saúde.

A pesquisa “Digital 2023: Global Overview Report”, realizada pela DataReportal, compara o uso de telas em 45 países. Surpreendentemente, o Brasil aparece em segundo lugar com o maior índice de pessoas diante de telas.

Também de acordo com este levantamento, mais de 16 horas, ou mais da metade do tempo em que permanecemos acordados, são usadas acessando smartphones e computadores.

Seja presencialmente, de forma híbrida ou remota, trabalho e tecnologia pressupõe produtividade. Mas sem nos darmos conta, o tempo de tela e a busca incessante por atualizações tecnológicas dedicados aos afazeres laborais nos apartam do passeio com a família, do encontro com os amigos, da atividade física tão necessária, da alimentação com calma e qualidade, das horas de sono revigorantes, e nos adoecem.

Há vários estudos que relacionam o tempo de tela a uma série de problemas de saúde. Na lista estão doenças cardíacas, obesidade, diabetes, entre muitas.

Desconfortos oculares, fadiga visual, que podem convergir para a síndrome do olho seco, interferências no ciclo natural do sono se somam a outros problemas. Exaustão, dificuldade de cognição, ansiedade e depressão são quadros agravados quando não há o necessário equilíbrio digital para desfrutar de atividades essenciais e prazerosas, que envolvem preferencialmente interação social presencial.

O desafio pela adequação ininterrupta aos avanços tecnológicos e o excesso do tempo de tela têm levado muitos profissionais a tomarem medidas limites, como pedir demissão do trabalho.

Estudo da consultoria Robert Half, em parceria com a The Scholl of Life Brasil, revela que 44% dos profissionais que se demitiram alegaram “insatisfação no trabalho”, sentindo-se sobrecarregados e pouco valorizados diante de tantas entregas que fizeram à empresa.

Reduzir o tempo de tela em nome da saúde física e mental é mais que necessário. Mas esta abordagem deve ser consciente, equilibrada e estratégica. Antes de atender o celular, por exemplo, devemos questionar o propósito e a urgência daquela ligação. Priorizar atividades off-line, que promovam bem-estar também pode ser uma solução eficaz.

Todo o empenho para mudar nossa relação trabalho/tecnologia deve vir acompanhado de uma certeza: estamos nos transformando em nome de saúde e bem-estar, que também são quase sinônimos em se tratando de qualidade de vida.

Maria Emilia Leme, founder da MELL.

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