quinta-feira, novembro 21, 2024
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Burnout deve ser combatido dentro das empresas, mostram estudos

por Redação
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Um em cada quatro brasileiros sofre com síndrome de Burnout, segundo o levantamento feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 2021. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de países com mais casos da doença, atrás apenas do Japão, conforme relatório organizado pelo International Stress Management Association (ISMA-BR) no mesmo ano.

Os dados acendem o alerta sobre as condições de trabalho a que os profissionais brasileiros estão submetidos e apontam a necessidade de melhorias nas organizações. A síndrome de Burnout é caracterizada como uma doença ocupacional reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também chamada de síndrome do esgotamento profissional, trata-se de um distúrbio emocional que confere um quadro crônico de esgotamento, como explica o Ministério da Saúde. O paciente diagnosticado com a Burnout apresenta sintomas de exaustão extrema provenientes de situações de trabalho desgastantes.

Entre as principais causas para o desenvolvimento da doença estão o trabalho em excesso e sob pressão, o assédio moral e o ambiente organizacional tóxico. Um estudo global realizado pela Goethe University apontou a relação entre os tipos de liderança e os casos de Burnout. Chefias com perfis autoritários e abusivos aumentam as chances do adoecimento dos trabalhadores.

No Brasil, pesquisa realizada pela Mindsight, em março de 2022, revelou que 87% dos trabalhadores já tiveram uma liderança que provocou algum tipo de desgaste mental. O comportamento foi observado com maior incidência em líderes masculinos.

Diante desse cenário, priorizar um ambiente organizacional saudável, justo e igualitário é a principal forma de assegurar a saúde mental dos trabalhadores. Neste sentido, o trabalho em conjunto dos setores de recursos humanos e compliance é uma alternativa para promover as melhorias necessárias.

O programa de compliance tem como principal objetivo assegurar o cumprimento da legislação vigente, o que inclui as leis e normas trabalhistas. Ele também é responsável por ações de prevenção e combate às irregularidades cometidas no ambiente corporativo como, por exemplo, o assédio moral. Uma das estratégias de compliance para combater irregularidades é o uso de um canal de denúncias. As informações recebidas são apuradas e, uma vez que uma situação ilícita seja comprovada, a empresa deve aplicar as sanções previstas em seu código de conduta.

Os treinamentos também podem ser usados como estratégias de prevenção ao problema. Antes de ocuparem cargos de lideranças, os funcionários devem ser treinados sobre qual é a conduta correta para assumirem o posto. O setor de RH também pode elaborar campanhas para o esclarecimento e a conscientização sobre saúde mental no trabalho.

Por fim, cabe às empresas oferecerem um espaço onde os colaboradores sintam-se seguros para falar, apontar problemas e sugerir melhorias. Também é importante reconhecer e valorizar o trabalho da equipe.

Doença tem tratamento

A síndrome de Burnout pode se manifestar através de sintomas físicos e emocionais como cansaço excessivo, dores de cabeça, dificuldade de concentração, problemas gastrointestinais, dores musculares, pressão alta, alteração dos batimentos cardíacos, insônia, falta de apetite, isolamento, mudanças repentinas de humor e sentimentos de fracasso, insegurança, incompetência e desesperança.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas aparecem aos poucos e de forma leve, mas a demora para o diagnóstico pode intensificar o quadro. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais aptos para identificar e tratar o problema. O tratamento é feito com psicoterapia e, também, pode ser indicado o uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. A atividade física regular também contribui para a melhoria dos sintomas.

O Ministério da Saúde alerta que, quando a Síndrome de Burnout não é tratada da forma adequada, os sintomas podem evoluir para o desenvolvimento de distúrbios gastrointestinais e a perda total de motivação do paciente, causando um quadro depressivo.

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