A equipe de robótica do Colégio Eduardo Gomes, de São Caetano do Sul, conquistou recentemente o Community Choice Award no torneio Global Innovation Award, em Saint Louis nos Estados Unidos. O Global Innovation Award é um programa que tem como objetivo premiar adolescentes inovadores e empreendedores. O projeto PTI (Perlite Thermal Insulator), desenvolvido pelos estudantes, que aborda o transporte de medicamentos em temperatura ambiente de 15°C a 30°C, foi classificado para o concurso no início deste ano.
O projeto foi desenvolvido com o apoio do Grupo Polar, que disponibilizou o espaço do Laboratório Valida para que os alunos pudessem fazer todos os estudos de qualificação térmica. Segundo Liana Montemor, diretora técnica e estratégia em cold chain do Grupo Polar, poder ajudar estes alunos com o projeto foi enriquecedor. “Tudo o que eles leram e aprenderam na teoria, nós demos a oportunidade de eles testarem na prática e viverem a experiência dos estudos do começo ao fim”, afirma.
O projeto, cuja incumbência é ajudar a comunidade ao redor, foi conversado com empresas da região e feito um levantamento para verificar os desafios no transporte de medicamentos entre 15°C e 30°C. Justamente em um momento marcado pela publicação de uma nova resolução da Anvisa (RDC 430), que obriga o controle e o monitoramento térmico de todos os medicamentos, visto a geolocalização e condições climáticas particulares de um país tropical como o Brasil.
A equipe de robótica é formada pelas jovens Gabriella Figueiredo Beltran (16) do 2° ano do Ensino Médio;Isabella Silvestre de Faria (14) do 9º ano; Bruna Marie Crystal Novi (13) do 8º ano; Estela Benez Ravanelli (13) do 8º ano e Clarice Bortoleti Mezzanotti (15) do 1° ano do Ensino Médio, coordenada pelo Técnico e Professor José Reginaldo Pereira.
Segundo Gabriella Beltran, uma das alunas da equipe de robótica, o projeto escolhido pela equipe tinha o intuito de achar uma alternativa para os isolantes térmicos usados hoje em dia no transporte de medicamentos entre 15 e 30 °C. “Analisamos as soluções existentes para o transporte de medicamentos de 15°C a 30° C e entendemos o porquê elas não poderiam ser utilizadas neste transporte. A nossa solução funcionou e acaba se tornando viável por conta do custo-benefício”, esclarece Gabriella.
A equipe de Desenvolvimento de Embalagem, coordenada por Thiago Bessone e o Laboratório Valida, do Grupo Polar, gerido pela Natalia Lima, foram os que auxiliaram em todo o processo de produção e análise do projeto estudantil. A concepção não poderia apresentar uma solução já existente no mercado e por isso os alunos trouxeram diversas alternativas.
De acordo com Thiago Bessone, executivo comercial, os alunos levaram o projeto e toda equipe foi dando apoio para que tivessem um resultado satisfatório. “O projeto foi apresentado no torneio como uma forma alternativa de solução de resguardo medicamentos nas temperaturas de 15°C a 30° C e isso levou a vitória da equipe de robótica”, relata Bessone.
Natalia Lima, gerente técnica do Valida, menciona que disponibilizou para os estudantes materiais como placebos de medicamentos nessa faixa de temperatura e a câmara climática para simular a temperatura encontrada em rota. “No final de todo o processo avaliamos a curva de manutenção e qual dos isolantes era o melhor. O resultado do projeto foi identificar qual o melhor produto isolante mantendo caixas de papelão. Então para que você tivesse uma opção alternativa era preciso encontrar outro isolante e foi isso que esses alunos fizeram”, explica.
De acordo com Gabriella foi essencial a parceria do Grupo Polar para a realização deste projeto com a equipe de robótica. “Fomos muito bem recebidos por toda a equipe da companhia, que nos ajudou em todas as etapas do processo de idealização da prática do projeto”, conta.