Diversas áreas da nossa sociedade exigem cuidados e transparência. Uma delas é o setor da saúde. Chega a ser um desafio imaginar que não exista claridade nos atos e ética no ponto de vista institucional desse segmento. Por tratar com vidas alheias, não basta apenas buscar constante aperfeiçoamento para conquistar bons profissionais, é preciso assumir uma postura ética principalmente do ponto de vista da imagem, pois é por meio dela que se adquire confiança e respeito de superiores, colegas de trabalho, colaboradores e stakeholders.
Diante disto, é mais que necessário a checagem da bagagem humana por meio de ações de compliance, uma vez que os profissionais carregam a imagem e história de uma determinada instituição de anos no mercado. Recentemente, executivos de multinacionais foram presos pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, na Operação Ressonância. A investigação se deu pelo desdobramento da Operação Fatura Exposta, que prendeu o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, em abril de 2017, por suspeitas de fraudes em licitações da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Atualmente, existem diversas soluções que utilizam a tecnologia para monitorar e manter o código de ética que constituem um apanhado de regras externo ao sujeito, cuja finalidade é regular as ações dos colaboradores da instituição, apontar responsabilidades e deveres, bem como demarcar seus direitos.
O momento político que o Brasil vive pede por mais transparência em todas as relações existentes no âmbito comercial, jurídico e moral. É nessa lacuna que a tecnologia se faz presente. Não se pode caminhar às escuras, e é isso que o compliance previne. Afinal, ele existe para garantir que toda a teia de relacionamento seja transparente e siga normas e padrões internos e externos.
Implementar produtos digitais em ambientes da saúde implica na reestruturação das relações existentes com os colaboradores e é necessário que haja crescimento do comportamento de compliance por toda a equipe dessas instituições. E o time que é responsável para que isso seja disseminado por entre as outras áreas é o de Compliance ou de Governança Corporativa.
Portanto, é necessário que se caminhe para criação de órgãos de regulação no setor da saúde para que se possa acompanhar o avanço tecnológico de muitos outros setores e trazer excelência e padrões inovadores.
Além disso, é imprescindível análises aprofundadas de todos os pontos de contato que uma instituição de saúde venha a ter para que a mesma seja confiável, não somente em questão da qualidade médica, e sim em todos os âmbitos que norteiam a entidade.
Para finalizar, um programa de Compliance bem estruturado é como aquele cinto de segurança dos automóveis. Nem sempre queremos utilizar, mas para assegurar nossa integridade, colocamos.
Eduardo Tardelli, CEO da upLexis.