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Dengue: Protocolo de Manchester otimiza o atendimento em hospitais

por Redação
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Até este mês de março, o Brasil totalizou mais de 1,8 milhão de casos prováveis de dengue com 561 mortes, segundo informações do Ministério da Saúde. Esses dados se refletem no aumento da procura por atendimento em todo o sistema de saúde. O ano de 2024 já declarou emergência de dengue no Brasil por ser o período recorde de casos registrados comparado a 2015 e 2023, quando ocorreram outras situações de emergência.

Nas unidades de pronto-socorro da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo (Pompeia, Santana e Ipiranga), os casos de dengue aumentaram cerca de 900% em março em relação ao mês de janeiro (passou de 725 para 7.337 casos). Os casos de síndromes respiratórias nas unidades de pronto-socorro da rede também aumentaram 181% de janeiro a março (passou de 2.098 para 5.901 casos).

Os números se traduzem em uma corrida dos pacientes para as unidades de saúde, o que  aumenta o fluxo de pessoas nos hospitais e o tempo de espera para os atendimentos não urgentes. Na Rede São Camilo as equipes foram mobilizadas para manter a qualidade e tentar minimizar as longas esperas, mas as três Unidades já operam com capacidade acima da expectativa.

Diante disso, um dos protocolos adotados para a triagem dos pacientes que chegam ao pronto socorro é o Protocolo de Manchester, implementado no Brasil pela primeira vez em Minas Gerais em 2008. A triagem é responsável por priorizar os pacientes emergenciais e organizar o atendimento de forma que nenhum quadro de saúde se agrave de forma perigosa no período da espera.

“O uso do protocolo de Manchester é essencial para evitar que pacientes potencialmente graves tenham piora clínica aguardando o atendimento médico”, explica Dr. Fernando Pompeu, diretor médico e de práticas assistenciais da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

O que é o Protocolo de Manchester?

O Protocolo de Manchester foi criado em 1994 para otimizar a triagem do atendimento nos pronto-socorros, categorizando cada quadro de acordo com o tempo que aquele paciente consegue aguardar.

O protocolo foi implementado pela primeira vez na cidade de Manchester, no Reino Unido, por isso, leva o nome da cidade e é utilizado por diversos hospitais no Brasil. Na triagem, os pacientes são classificados de acordo com cinco cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul.

De acordo com o diretor médico, aqueles que recebem a pulseira com a cor vermelha são os de atendimento de emergência, ou seja, que não podem aguardar quando chegam ao pronto socorro. Casos como: traumatismos, paradas cardiorrespiratórias, queimaduras em mais de 25% do corpo, hemorragias descontroladas e crises de convulsão.

A cor laranja é para quadros de muita urgência, porém, que podem aguardar um curto período de tempo, no máximo, dez minutos. Normalmente, essa classificação abarca quadros como, dores severas, arritmias que não apresentam instabilidade e cefaleias intensas.

Os casos que são elencados na cor amarela são considerados urgentes, mas não emergenciais e podem esperar até 60 minutos por atendimento na unidade de saúde. Geralmente, condições de saúde como vômitos, crises de pânico, desmaios, dores em grau moderado e alterações dos sinais vitais podem ser classificadas na cor amarela.

Aqueles pacientes que recebem a pulseira verde são os de casos com pouca urgência, que podem aguardar o atendimento por até 120 minutos ou buscar uma unidade básica de saúde. Pacientes que estejam com dores em grau leve, viroses, tonturas, febres e resfriados normalmente são classificados na cor verde. Por fim, a cor azul classifica os pacientes considerados não urgentes e que podem aguardar mais por atendimento ou buscar uma unidade básica de saúde.

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