Com uma solução para monitoramento da qualidade do ar e da água em ambientes como hospitais e clínicas, a startup AR Inovações Tecnológicas, de Palmas, Tocantins, foi a vencedora do Match Connect Saúde, programa conduzido pelo CPQD, Bosch e Faculdade São Leopoldo Mandic com o apoio da Baita Aceleradora. Cinco startups, que participaram da fase de pré-aceleração do programa, apresentaram seus projetos de produto mínimo viável (MVP) à comissão de avaliação, que escolheu a solução vencedora.
“Mais do que o resultado final, é importante ressaltar que foi uma jornada muito rica para todos os envolvidos nessa iniciativa”, afirma Maurício Casotti, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Cidades Inteligentes e Saúde 4.0 do CPQD. “O feedback das startups de que o programa abriu algumas portas, ajudou a melhorar seus modelos de negócios ou sua visão do mercado, por exemplo, foi um prêmio para nós, parceiros no Match Connect Saúde”, acrescenta.
Criado com o objetivo de estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas reais na área de saúde, o programa foi dividido em etapas e contou com recursos tecnológicos proporcionados pelo CPQD e pela Bosch, além de sessões de mentoria técnica, com especialistas em saúde da Faculdade São Leopoldo Mandic, e de negócios, com a Baita Aceleradora. Na fase de pré-aceleração, os MVPs desenvolvidos pelas cinco startups foram testados e validados em ambiente externo real, proporcionado pela São Leopoldo Mandic.
“Foi um programa excepcional para nós, startups, que tivemos a oportunidade de trabalhar em conjunto com a área de engenharia da Bosch, o pessoal do CPQD, receber mentoria da Baita e ainda testar o MVP em um espaço físico real”, enfatiza Alex Martins, fundador e responsável técnico da AR Inovações Tecnológicas. Em sua apresentação à comissão de avaliação, ele lembrou que a má qualidade da água ou do ar é um dos fatores responsáveis pelos casos de infecção hospitalar que atingem muitas das internações no país.
A solução da AR Inovações Tecnológicas atende a uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde para enfrentar esse desafio: o monitoramento da qualidade do ar e da água, por meio de uma aplicação de Internet das Coisas (IoT). As tecnologias utilizadas para isso foram uma placa NB-IoT e a plataforma aberta dojot, desenvolvida pelo CPQD e usada na análise e processamento das informações. Segundo Martins, o MVP foi testado em ambiente odontológico, monitorando dados em tempo real em duas unidades da Faculdade São Leopoldo Mandic localizadas em Brasília e em Curitiba. O próximo passo da startup é integrar à solução a plataforma de Inteligência Artificial (PlatIA), também desenvolvida pelo CPQD.
As outras startups que participaram da fase de pré-aceleração do Match Connect Saúde foram a GeneS, a Salutho, a Siklee e a wconnect. Estas foram as propostas apresentadas no Demo Day realizado no dia 7 de junho:
- GeneS – Projeto G-Mask, máscara baseada em nanotecnologia com proteção UV e eficiência de 99% contra infecções;
- Salutho – Plataforma móvel de prontuário eletrônico, entrega de medicamento e assistência médica;
- Siklee – Plataforma de gestão de atestados médicos para empresas, utilizando a PlatIA na análise de modelos preditivos e padrões de absenteísmo de colaboradores;
- wconnect – Aplicativo móvel conectado a dispositivos vestíveis (wearables) para monitoramento de batimentos cardíacos, qualidade do sono, entre outros dados, com possibilidade de integração ao Simples ID, carteira digital de saúde baseada em blockchain, e compartilhamento de dados com o médico.
A startup vencedora do Match Connect Saúde terá à sua disposição recursos tecnológicos — como a plataforma para AIoT (IA e IoT) do CPQD — para continuar a evolução de seu MVP e, ainda, será avaliada para ingresso no programa de aceleração do Hub Mandic.