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A nova função da Inteligência Artificial: Ouvir silêncios humanos

por Dr. Marcon Censoni de Ávila Lima
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“Segundo análise ligada a Harvard, a IA de 2025 será usada para algo que nem mesmo muitos humanos conseguem fazer: oferecer companhia, dar direção e ajudar a encontrar propósito. “

Até semana passada, a inteligência artificial era um braço técnico da produtividade. Ajudava a escrever e-mails, automatizar rotinas, montar planilhas, gerar imagens.  Mas isso já mudou. Rápido não?

Pois é, ontem li um artigo que  foi publicado, sobre o levantamento recente do “The AI Field”, grupo de análise internacional com conexões acadêmicas em Harvard, que revelou  os principais usos da IA para 2025 , e que não têm nada a ver com produção de conteúdo ou códigos.

Pelo contrário: o que mais cresce é o uso emocional da tecnologia.

Hoje, o que mais se faz com uma IA generativa é pedir companhia.

Sim, companhia.

  1. Terapia, companhia, escuta

O uso número 1 da IA neste ano será para acolher sentimentos, conversar com quem está sozinho, acompanhar momentos de dúvida e vazio.

É o tipo de conversa que muitos não conseguem mais ter com amigos, pais ou parceiros.

Não se trata de delírio tecnocrático. É comportamento real, documentado, global.

E esse dado diz mais sobre a sociedade do que sobre o software.

  1. Organizar a vida

O segundo uso mais emergente?

Não é programar, nem gerar imagens.

É organizar a própria rotina.

IA como agenda viva, lembrete gentil, suporte mental para quem vive esquecendo de si.

Uma espécie de assistente emocional que diz:

“Você está sobrecarregado. E eu estou aqui para lembrar o que é importante.”

Esse tipo de funcionalidade pode parecer simples, mas aponta para algo profundo: as pessoas estão cansadas, confusas, sem eixo.

E estão procurando esse eixo numa máquina.

  1. Encontrar propósito

Mas talvez o dado mais surpreendente do estudo seja este:

“Finding purpose” — encontrar propósito — aparece no top 3 de usos da IA.

Pela primeira vez, a tecnologia é usada não só para resolver tarefas, mas para ajudar a responder perguntas existenciais.

Quem sou?

Por que ainda faço o que faço?

O que ainda me move?

Como médico e mentor, posso dizer com tranquilidade: vejo isso todos os dias.

Profissionais com anos de carreira, sucesso financeiro e reconhecimento… mas completamente perdidos e angustiados.

A IA, ao contrário do que muitos imaginam, não responde tudo.

Mas ela pode devolver o que está em falta: perguntas certas, feitas na hora certa.

Estamos diante de uma nova era:

Onde a IA não entra no corpo — entra no íntimo.

Onde a função principal não é calcular — é compreender.

Onde o que vale não é a velocidade — é a escuta.

Se 2023 foi o ano da IA para criar coisas,

2024 o da IA para trabalhar melhor,

2025 será o ano da IA para entender a si mesmo.

E talvez, nisso tudo, ela não esteja nos substituindo.

Talvez esteja nos ensinando a voltar a sermos mais humanos.

Dr. Marcon Censoni de Ávila Lima, médico cirurgião há 26 anos,  MBA gestão executiva em Saúde pelo Hospital Einstein, Chefe do Departamento  de Medicina Hospitalar no AC Camargo Câncer Center, membro do Corpo Clínico dos hospitais  Sírio libanês e Albert Einstein., especialista em transformação digital na saúde pela Harvard Medical School.

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