Terceiro maior player de medicina diagnóstica do país, o Grupo Sabin começou a testar em escala exames digitais feitos em casa pelo próprio paciente, nova linha de serviço de saúde apontada como tendência para os próximos anos. Pesquisa recente da Research and Markets, intitulada “Home Care Testing Market”, por exemplo, afirma que os exames digitais representam um mercado em franca expansão com expectativa de gerar US$ 17,95 bilhões em 2030.
O novo exame para apneia do sono Biologix é o teste digital que já está disponível para a população de Brasília (DF). Para ter acesso ao Biologix, basta agendar a retirada do aparelho no e-commerce do Grupo e recebê-lo em casa. O serviço de delivery providencia a retirada no dia seguinte. Enquanto a polissonografia tradicional exige que o paciente durma na clínica com eletrodos conectados ao corpo, o Biologix conecta o smartphone a um sensor compacto e sem fios no dedo, similar aos oxímetros. O exame tem acurácia de 90% e foi validado clinicamente no InCor (Instituto do Coração do HCFMUSP), além de certificado pelos órgãos regulatórios.
Outros dois exames do mesmo tipo entraram em fase de testes, em escala menor. Um deles apura o risco de o paciente sofrer queda, ocorrência responsável por um número crescente de morte de idosos no Brasil, cerca de 9,5 mil por ano, segundo o Ministério da Saúde. A partir de tecnologia integrada com inteligência artificial uma série de movimentos são analisados por IA e resultam em um laudo detalhado.
O segundo teste é direcionado à detecção do câncer de pele que a partir de uma fotografia da mancha que é encaminhada ao laboratório para análise aprofundada da lesão com auxílio também de inteligência artificial. Segundo o gestor de inovação do Sabin, Istvan Camargo, os testes digitais são exames de triagem que integram a expertise médica e técnica às tecnologias de IA e permitem que os pacientes acelerem a sua jornada de saúde, reservando a eles um protagonismo maior no processo.
“Estamos construindo os nossos próprios modelos de serviço para ampliar e facilitar o acesso das pessoas a esses exames”, afirma Camargo. “Há pelo menos cinco componentes que nos nortearam até aqui, que são a participação ativa do paciente na realização do exame; canais de atendimento (e-commerce, e delivery), traduzidos em conveniência, a Inteligência Artificial embarcada, geralmente em smartphones, e o baixo custo desses exames em relação aos tradicionais”, pondera.
No artigo “Porque é hora de uma revolução digital e direta ao consumidor nos cuidados de saúde”, a consultoria internacional EY explica que a pandemia de Covid contribuiu para abrir diversas possibilidades de serviços de saúde remotos e online, pois nem todos os pacientes tinham condições de se deslocar para uma unidade de saúde. A tendência, prossegue a consultoria, envolve alto uso de Inteligência Artificial baseada em gigantes bancos de dados, serviços de delivery e uso de e-commerce, confiabilidade e uma postura mais preventiva e ativa dos clientes em sua jornada de saúde. Relatório publicado ano passado pelo Fórum Econômico Mundial, intitulado “Digital Progress and Trends Report 2023”, afirma que bancos de dados gigantes de hospitais e instituições de saúde permitem avanços sem precedentes na medicina diagnóstica, amparados pela Inteligência Artificial.
Pesquisa & Desenvolvimento
A health tech criadora e proprietária do exame de apneia do sono Biologix recebeu aporte de R$ 6 milhões da Kortex Ventures, fundo de investimentos formado pelo Sabin e outros grupos de saúde. O Sabin investe em pesquisa e inovação em pesquisas técnico-científicas e novas ideias desenvolvidas por startups, como aposta para o desenvolvimento de novos produtos, serviços, modelos de negócio e parcerias. Desde 2020, o Skyhub é responsável pela frente de inovação aberta do Sabin. Conecta startups, empresas e investidores contribuindo para o desenvolvimento do empreendedorismo em saúde digital.
