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Médica explica como lentes e colírio podem frear miopia em crianças

por Redação
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Nos últimos anos houve um aumento de miopia em crianças. Segundo um levantamento realizado pelo H.Olhos, hospital especializado no tratamento de casos de alta complexidade em oftalmologia, houve um aumento de 55,11% de diagnósticos de miopia em crianças de zero a 12 anos, no comparativo entre 2020 e 2022. A estatística gera preocupações, não apenas pelo impacto na qualidade de vida, mas principalmente pela progressão que pode levar a problemas mais graves de visão.

Pessoas com alta miopia possuem uma maior chance de descolamento de retina, degenerações e maior chance de desenvolver glaucoma ou catarata. No entanto, a oftalmologista pediátrica do H.Olhos, Márcia Ferrari, revela que uma combinação de dois métodos, lentes e colírios, pode ajudar a retardar a progressão da doença.

A miopia em crianças pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, mas também pode ter causas ambientais. Entre eles, o aumento do uso de telas e atividades que exigem um esforço constante dos músculos oculares para focar em objetos próximos.

“A miopia acontece porque o olho cresce além da conta e quando isso acontece a retina fica mais fina e mais vulnerável a alguma alterações. Por meio de estudos, descobriu-se que quando você usa muito sua visão de perto, como no uso de telas, o excesso de acomodação do foco do olho estimula o crescimento do olho, portanto estimula o aumento da miopia”, explica a oftalmologista.

Para frear esse crescimento exagerado do olho é preciso atuar em duas frentes: aumentar atividades que inibem o crescimento do olho, que são as atividades outdoor, com exposição ao sol, estimulando o foco de visão à distância e diminuir o uso de telas e o tempo de leitura de perto. Além disso, alguns estudos demonstram que o uso colírio de atropina, combinado com lentes podem refrear o crescimento do olho.

“Os estudos demonstraram que o colírio de atropina atua em alguns receptores na parede do olho, inibindo esse crescimento. No entanto, esse tratamento só pode ser feito em crianças com idade acima de seis anos. Ele deve ser utilizado à noite, numa porção milesimal diluída, que pode variar de 0,01% a 0,025%, dependendo da idade e do grau da criança. Por isso, seu uso deverá ser feito sempre sob prescrição médica”, explica a Márcia.

Outra forma é o uso de lentes de óculos específicas que vão trabalhar a incidência do raio luminoso na forma dos objetos no centro do olho, inibindo o crescimento excessivo.”Então, nosso arsenal para controlar a miopia é ou usar o colírio de atropina diluído ou usar algumas lentes de óculos específicas de controle de miopia que trabalham a incidência da luz dentro do olho para inibir esse crescimento. Segundo as pesquisas, praticamente 67% dos pacientes têm miopia estabilizada com o uso dessas lentes. Em alguns casos, os dois métodos podem ser associados, ou seja, usamos a atropina diluída e as lentes de óculos para controle de miopia no mesmo paciente para ter o efetivo controle da miopia”, diz Márcia.

Segundo ela, normalmente o tempo mínimo de uso da atropina é de dois a três anos, podendo estender-se um pouco mais. As lentes seguem o mesmo trajeto, acompanhado os estirões de crescimento da criança. “O uso do colírio depois de um tempo a gente suspende. Já os óculos, vamos mudando de acordo com os resultados e como é um método menos invasivo, podemos manter por mais tempo”, finaliza.

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