Com o encerramento do primeiro mês de 2025, marcado pelo espírito de renovação e novas possibilidades, fevereiro chega como um momento de concretização de expectativas, sonhos e planos.
No entanto, juntamente com essas aspirações, também surgem desafios, como a pressão por resultados, a alta exigência de responsabilidades e a ansiedade diante das metas a serem alcançadas. Diante desse cenário, promover debates e iniciativas inovadoras à saúde mental torna-se essencial para que as organizações avancem em seus projetos, garantindo equipes engajadas, produtivas e motivadas a inovadoras.
Com o intuito de colaborar com essa agenda, em 2014 o psicólogo Leonardo Abrahão criou a campanha Janeiro Branco, trazendo e estimulando a conscientização sobre a saúde mental, uma pauta relevante e necessária não somente no mês de janeiro, mas durante todo o resto do ano.
Desde então, muitas práticas vêm sendo realizadas por profissionais da psicologia e outras áreas que se relacionam com o tema. E, nas empresas, o departamento de recursos humanos vem se envolvendo cada vez mais para elaborar estratégias que sejam assertivas e levem a ações construtivas.
Quando falamos em saúde mental, percebemos que não se trata de um tema a ser debatido somente por profissionais da saúde, na medida em que todos temos de trazer essa conscientização à tona para trabalhar na preservação de nossa própria saúde mental e colaborar para ajudar nossos familiares, amigos, colegas e a sociedade como um todo. Independentemente do papel que desempenhamos, não importa se somos CEOs, gestores, assistentes, operários, etc.
Para as organizações, torna-se fundamental a adesão ao movimento, também fazendo uma análise dela como organismo vivo e pensando em como está sua própria saúde emocional e mental.
Como a empresa está se exigindo em termos de desempenho, de produtividade, de racionalidade? Será que está deixando espaço para a espontaneidade, a leveza, a criatividade? Sua cultura exala excessos de exigências, de métodos, de rigidez?
Essa é uma análise relevante no sentido de promover campanhas que incentivem o movimento Janeiro Branco e, principalmente, no sentido de as organizações refletirem se estão apenas falando sobre o tema ou se estão efetivamente realizando ações e abrindo espaços para que seja possível aos seus colaboradores falar abertamente sobre essas questões.
A organização, quando age como protagonista na disseminação da cultura da atenção à saúde mental, torna-se, também, responsável por disseminar esse olhar na sociedade, pois começa a se formar uma espiral virtuosa, a qual, com pequenos movimentos, começa a levar a ideia para a sociedade.
Os colaboradores que trabalham em uma organização com a cultura de cuidado com a saúde mental começam a levar a ideia para seus familiares, que levam para seus amigos, que levam para suas organizações. O debate começa a se tornar cada vez mais recorrente, quebrando paradigmas, tabus e tornando natural abordar temas que antes poderiam constranger algumas pessoas.
Quando um CEO fala abertamente sobre o momento em que sofreu de depressão, de tristeza, quando ele se mostra vulnerável, isso o aproxima de todos os colaboradores que atuam na organização, fazendo que as pessoas percebam que todos somos suscetíveis a passar por alguma situação de dificuldade e que a liderança se abra para acolher melhor os funcionários que possam apresentar um quadro similar. Isso estimula a abertura, a conversa, eliminando um fardo que algumas pessoas podem estar carregando silenciosamente por medo de preconceitos, de retaliações.
Adotar ações práticas em prol dos cuidados com a saúde mental faz muito bem para a saúde mental e emocional dos colaboradores e da organização. Um movimento adequado para empresas que desejam crescer saudáveis, vigorosas, criativas.
Anna Maria Buccino, gerente das áreas comercial e serviços na Vetor Editora.