Em tempos em que a prática da medicina é auxiliada, cada vez mais, pela tecnologia, contar com equipamentos de diagnóstico por imagem que tenham uma interação maior com sensores, câmeras e dispositivos robóticos não é mais uma realidade distante do cotidiano de médicos e pacientes.
Os algoritmos de Inteligência Artificial (IA), ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, por exemplo, já tem sido aplicado e muito bem explorado para auxiliar o diagnóstico em diversas modalidades da área médica.
Quando falamos de algoritmos de Inteligência Artificial, falamos de uma infinidade de possibilidades. Mais do que assistentes de voz encontrados em smartphones ou sugestões de rotas que atuam em aplicativos de trânsito e navegação, já tão conhecidos e utilizados pela maioria das pessoas, estamos falando de máquinas criadas para analisar dados e auxiliar na recomendação de tratamentos e diagnósticos de doenças.
Especialmente para o setor de medicina diagnóstica, o que vemos este ano como aposta no mercado são equipamentos de ultrassom, radiografia digital, tomografia computadorizada e ressonância magnética que utilizam diversos dados baseados em IA e formam um conglomerado de dispositivos com um objetivo que vai além da simples detecção de patologias. Tais equipamentos ampliam a assertividade das investigações médicas e as possibilidades de detecção precoce de doenças, além de tornar o fluxo de trabalho dos profissionais de saúde muito mais eficiente.
Para citar um exemplo, o mercado já possui equipamentos de ultrassom com softwares baseados em Inteligência Artificial para a análise mais precisa de lesões mamárias. Neste caso, o benefício é alcançado por meio de um sistema de geração de relatórios e dados de imagens mamárias que auxiliam os profissionais – e, consequentemente, os pacientes – na classificação de lesões mamárias suspeitas. O equipamento, complementado pela IA embarcada no produto, torna-se ferramenta útil para apoiar e orientar, inclusive, a análise de alterações nas glândulas por médicos não especializados em imagens desta parte do corpo ou, ainda, profissionais com pouca experiência.
No segmento de radiografia digital, o uso da IA ainda pode auxiliar na redução do sinal ósseo da imagem de radiografia do tórax, revelando claramente os tecidos pulmonares ocultos pelos ossos e melhorando a detecção de nódulos de câncer de pulmão. Aplicações que, mais uma vez, revelam um novo momento da medicina e ganhos para todos os envolvidos nessa cadeia, sejam médicos ou pacientes, que já percebem as vantagens do uso da tecnologia aplicada à saúde e ao bem-estar.
Este ano, e daqui em diante a aposta nesse tipo de ferramenta aumenta e chega a um momento decisivo para que a sociedade entenda e se aproprie dos inúmeros benefícios proporcionados a partir do uso dessa inteligência. As aplicações e soluções, que podem ser incorporadas ao dia a dia de clínicas e hospitais no Brasil, são parte de um caminho sem volta para elevação da assertividade dos procedimentos diagnósticos a um novo patamar. É a inteligência sendo utilizada ao nosso favor e tornando-se forte aliada nas tarefas rotineiras e desafios clínicos do setor médico, gerando informações de valor aos profissionais e pacientes, e com grande potencial de aumentar ainda mais esse protagonismo. A apropriação de tudo isso é vital para o progresso do segmento. Basta fazermos uso consciente, sempre prezando pela ética e humanização dos processos.
Walter Brandstetter, gerente clínico da divisão de HME da Samsung Brasil.