Nos últimos anos é perceptível como a transformação digital atingiu inúmeros setores da economia, e com o universo fitness não foi diferente. A forma como os alunos interagem com os espaços, profissionais e suas rotinas de treino está sendo significativamente alterada por soluções tecnológicas que promovem personalização, engajamento e eficiência.
Esse movimento acompanha uma tendência global de digitalização da saúde e do bem-estar. De acordo com a Allied Market Research, o mercado global de fitness online foi avaliado em US$ 14,9 bilhões em 2022, com projeção de atingir US$ 250,7 bilhões até 2032 — um crescimento de 32,7% ao ano.
Durante a pandemia, o número de pessoas que passaram a acompanhar treinos online ao vivo saltou de 7% em 2019 para 85% em 2020. Nos Estados Unidos, 38% dos usuários começaram a utilizar serviços de treino online e afirmaram que pretendem continuar. No Brasil, o cenário é semelhante: segundo a AppsFlyer, o uso de apps de treino cresceu 226% nos primeiros meses de 2020. Além de expandir essa acessibilidade, a tecnologia permite uma personalização inédita na experiência do aluno com aplicativos e plataformas que coletam dados em tempo real sobre desempenho, frequência e progresso. Com essas informações, os profissionais têm um norte para ajustarem os treinos às necessidades individuais, promovendo uma jornada mais motivadora e eficiente.
A gamificação também tem se mostrado uma estratégia eficaz para aumentar o engajamento dos alunos em academias e estúdios. A adoção de elementos típicos dos jogos, como rankings, recompensas e desafios entre alunos, contribui para estimular a prática regular de exercícios e fortalecer o senso de comunidade. Um exemplo dessa aplicação é o ClubeFit, uma solução que recompensa os alunos por ações como treinar, indicar amigos ou renovar o plano. Os pontos acumulados podem ser trocados por produtos ou serviços definidos pela academia, criando uma experiência mais dinâmica e envolvente, com impactos positivos na adesão e na fidelização.
O próximo passo na digitalização da experiência dos alunos passa pela combinação entre conveniência, inteligência de dados e conexão emocional. Os alunos estão cada vez mais exigentes e esperam experiências personalizadas, com menos barreiras e mais valor percebido em cada interação. Entre as principais tendências, estão:
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Integração entre canais digitais (apps, WhatsApp, redes sociais) como pontos estratégicos de contato;
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Conectividade entre aplicativos diversos, ampliando dados e interações;
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Inteligência Artificial e análise preditiva para personalizar jornadas e evitar cancelamentos;
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Modelos híbridos (presencial + online) mais fluídos;
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Conteúdos sob demanda para manter o aluno engajado onde estiver;
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Gamificação e estratégias de comunidade para fortalecer o pertencimento;
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Escuta ativa por meio de ferramentas de feedback constantes.
A tecnologia tem papel estratégico ao impulsionar tanto a experiência do aluno quanto o crescimento sustentável dos negócios. Em um mercado competitivo, reter clientes é mais eficiente do que focar apenas na aquisição. Dados da Bain & Company indicam que um aumento de apenas 5% na taxa de retenção de clientes pode elevar os lucros de uma empresa entre 25% e 95%. Isso significa que quanto mais tempo o aluno permanece engajado e ativo, maior o retorno financeiro para o negócio.
Para isso, personalizar jornadas, automatizar processos com qualidade e praticidade, e monitorar métricas em tempo real para agir antes da evasão. Tudo isso com escalabilidade e sem perder a personalização, liberando a equipe para focar no que mais importa: o cuidado com as pessoas.
A tecnologia tem o potencial de revolucionar a experiência do aluno, mas é importante lembrar: ela deve estar junto com o serviço humano. A empatia, o cuidado e a conexão entre professor e aluno continuam sendo insubstituíveis, e são justamente esses valores que as soluções digitais devem amplificar, e não suprimir.
Antonio Maganhotte Junior, cofundador e CEO da Tecnofit.