Embora a Inteligência Artificial (IA) seja frequentemente relacionada a automação de grandes máquinas, robôs e assistentes virtuais, ainda há uma imensidão de possibilidades a serem exploradas, como na área de saúde. Um levantamento de 2019 realizado pela Data Insights Partner estima que o mercado global de IA para aplicações de assistência médica terá uma taxa de crescimento anual de 35% até 2027.
Nos bastidores, a IA já causa impacto, impulsionando projetos inovadores em testes genômicos, desenvolvimento de medicamentos e gerenciamento de dados. No atendimento aos pacientes um dos maiores avanços são os robôs cirúrgicos, que atuam em operações delicadas e de grande complexidade, como a retirada de um tumor inoperável no cérebro de uma menina australiana de seis anos no fim do ano passado, além da coleta e combinação de dados para diagnósticos de precisão.
Alimentada por Inteligência Artificial e tecnologias como Deep Learning, análise de Big Data e unidades de processamento gráfico (GPUs), a área da saúde vem se transformando a um ritmo impressionante. O setor coleciona, armazena, analisa e aprende com os dados e baseia os cuidados médicos nesses resultados. No entanto, para manter esse progresso, todo o ecossistema deve ser suportado por uma infraestrutura de TI inteligente, capaz de explorar o potencial das informações e evoluir de acordo com as necessidades dos dados.
A base de dados de hospitais, farmácias e laboratórios, , conta com informações de milhares de pacientes, entre prontuários, receitas médicas, procedimentos, documentação administrativa e exames, inclusive com captura de imagens. Com a implementação da IA, esse volume tende a aumentar exponencialmente. Um dos primeiros passos para trabalhar com esse crescente volume de informações é implementar um ambiente moderno de TI, que consiste em estratégias de dados baseadas em modelos de consumo flexíveis on premise e na nuvem hospedada e pública – alinhando cargas de trabalho de aplicações à infraestrutura mais eficaz. Mais importante, o ambiente de TI moderno trabalha em harmonia com uma interface de gerenciamento comum, arquitetura 100% ininterrupta e serviços de suporte proativo e preditivo. Esse modelo coloca os dados no centro da infraestrutura, reduzindo os custos e o tempo gastos nos processos, já que toda a tecnologia é construída em torno dos dados, sem a necessidade de migrar as informações ou interromper as aplicações.
A continuidade desse sucesso inclui outras transformações estruturais no ambiente tecnológico, como compressão de dados para armazenar um grande volume sem a necessidade de ampliação de espaço físico, gerenciamento simplificado e redução de tempo de backup com tecnologias de última geração, como restauração rápida com memória flash. Como consequência, essas mudanças reduzem o consumo de energia e otimizam o tempo dos médicos e de suas equipes, para que eles possam realizar seu trabalho com a máxima eficiência.
É fundamental adicionar a essa receita soluções que garantam segurança no armazenamento e compartilhamento de informações, além de ganho em agilidade, performance e a alta disponibilidade exigidas em ambientes críticos. Afinal, quando se trata de saúde, cada segundo é vital.
Como consequência, essas mudanças trazem redução do consumo de energia e otimização do tempo dos médicos e suas equipes, para que possam executar o trabalho com o máximo de eficiência.
Na prática, a maioria dos segmentos de saúde ainda não possui infraestrutura adequada para integrar tecnologias, combinar dados e extrair resultados que vão transformar a vida dos pacientes e a rotina dos médicos. Por outro lado, existem iniciativas importantes que mostram que os avanços serão cada vez mais acessíveis. A Paige, por exemplo, é uma organização focada em revolucionar o diagnóstico clínico e o tratamento em oncologia por meio da IA. Patologia é o principal pilar da maioria dos diagnósticos de câncer. No entanto, a maioria dos diagnósticos patológicos se baseia em processos subjetivos manuais desenvolvidos há mais de um século. Ao alavancar o potencial da IA, a Paige visa transformar o setor de patologia e diagnóstico de uma disciplina altamente qualitativa para uma disciplina quantitativa mais rigorosa.
Embora existam histórias de sucesso como essa citada acima, as tecnologias de IA ainda estão amadurecendo no setor da saúde. Muito ainda pode ser descoberto e explorado, e a IA nunca substituirá completamente os médicos. O coração desse setor são os profissionais que o compõem, e as inovações tecnológicas estão avançando para garantir que essas pessoas realizem seu trabalho de maneira cada vez mais personalizada, assertiva e focada na humanização do atendimento. Como resultado, espera-se que, nos próximos anos, essas inovações tragam serviços de saúde mais baratos e eficientes para o mundo.
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil.