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Saúde mental no ambiente de trabalho ainda é tabu e precisa ser superado

Adoecimento mental é responsável por 38% das licenças médicas junto ao INSS

por Redação
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Dados do Ministério da Saúde indicam que a cada 100 pessoas, pelo menos 30 tenham ou venham a ter problemas de saúde mental no Brasil. Depressão, ansiedade, síndrome do pânico e síndrome de Burnout são os principais transtornos mentais associados ao trabalho. De acordo com pesquisa do Panorama da Saúde Mental nas Organizações Brasileiras, no contexto de trabalho, os casos de adoecimento mental já são responsáveis por 38% de todas as licenças junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Mesmo com este cenário, a saúde mental ainda é tratada com tabu e preconceito que precisam ser superados de forma urgente.

No que diz respeito às empresas, a saúde mental dos colaboradores é tão importante quanto à saúde física, mas ainda carece de maior atenção dentro das organizações. Nenhuma doença é menos importante ou pior que outra: todas precisam de tratamento. Mas, muitas vezes, as pessoas encontram barreiras para falar sobre esse assunto no ambiente de trabalho, o que pode piorar o quadro clínico já existente ou em curso.

Apesar de serem percebidas mudanças positivas dentro de muitas organizações a respeito do assunto, por meio de ações de prevenção, ações informativas e benefícios da saúde mental para os colaboradores, o preconceito relacionado ao tema no ambiente de trabalho ainda é grande.

“Os impactos que a pessoa sente por estar com a saúde mental em risco se expressam em como ele passa a se relacionar consigo, com seus familiares, com amigos e no trabalho. É preciso estar atento e procurar orientação médica. A não aceitação e o preconceito só retardam o diagnóstico”, explica o CEO da RHMED, Antonio Martin.

Muitos chefes e colaboradores acreditam que sofrer problemas de saúde mental e ter desempenho satisfatório no trabalho são coisas conflitantes, ou seja, se você tiver problemas de saúde mental, não pode ser bem sucedido.

“As empresas precisam combater a falta de conhecimento e os temores relacionados aos problemas de saúde mental, além das premissas sobre o seu impacto sobre a capacidade de trabalho de uma pessoa. É preciso desmistificar questões relacionadas à saúde mental e psicológica e desatrelar qualquer ligação de um diagnóstico ao baixo desempenho, por exemplo. Colaboradores em qualquer quadro relacionado a este tema deve ser acolhido e tratado de forma multidisciplinar”, explica Martin.

Os recursos e a comunicação relativa à saúde mental são fundamentais, bem como a flexibilidade e o treinamento sobre saúde mental no local de trabalho. Os gerentes precisam ser adequadamente treinados para identificar, abordar e cooperar com os profissionais em dificuldades, ajudando-os a encontrar o apoio necessário dentro da empresa.

Dados do relatório anual do Estado Mental do Mundo, divulgado em 2023, mostram que o Brasil tem o terceiro pior índice de saúde mental dentro de um ranking com 64 países, à frente apenas do Reino Unido e da África do Sul. “Esse levantamento é bem preocupante e, por isso, as organizações não podem deixar para depois a saúde mental de seus colaboradores. Tem que ser prioridade”, enfatiza Martin.

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