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Programa visa gerenciar o sangue dos pacientes de forma mais segura e eficaz

por Redação
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Buscar alternativas clínicas às transfusões de sangue, por meio de um conjunto de opções terapêuticas ao sangue e em sintonia com as evidências científicas mais modernas, é o objetivo de um programa de gerenciamento de sangue do paciente, o Patient Blood Management (PBM), que tem recebido uma atenção especial, desde 2019, por parte da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) e do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp).

“O PBM está apoiado no uso de opções terapêuticas às transfusões de sangue, que, segundo a literatura científica atual, trazem mais segurança para o(a) paciente, uma vez que receber o sangue de outra pessoa está associado e efeitos inflamatórios e imunomodulatórios importantes. Estes efeitos podem aumentar a chance de infecção, maior tempo de internação, morbidades e mortalidade. Assim, evitar ao máximo o uso de transfusões de sangue na prática em saúde traz mais segurança para o paciente. Além disso, as transfusões de sangue representam um alto custo para o sistema de saúde e o PBM mostra uma significativa economia de recursos. Há também a perspectiva de cada vez mais escassez nos bancos de sangue, por conta do envelhecimento populacional, e os profissionais de saúde precisarão aprender novas estratégias”, explica Isabel Cristina Céspedes, docente do Departamento de Morfologia e Genética da EPM/Unifesp e uma das responsáveis pela implementação do PBM no HSP/HU Unifesp com o apoio do pós-doutorando Carlos Eduardo Panfilio e doutorando Antonio Alceu dos Santos.

O PBM consiste na combinação de medicamentos, equipamentos e/ou técnicas cirúrgicas, que envolvem aumentar a formação de células sanguíneas, controlar a perda de sangue, maximizar a tolerância à anemia e tomar decisões centradas no(a) paciente. Assim, concentra-se nas suas necessidades e nas condições que geralmente levam a transfusões, gerenciando, de maneira otimizada, o sangue do(a) próprio(a) paciente.

Pioneirismo

De acordo com Céspedes, até o momento, dada a complexidade do programa, a implementação vem ocorrendo nas áreas de Cirurgia Cardíaca sob a coordenação do docente Américo Hossne Jr. e Neurocirurgia sob a coordenação dos professores Manoel Antonio de Paiva Neto e Ítalo Capraro Suriano, além do apoio dos(as) docentes e residentes destas disciplinas. A professora Maria Stella Figueiredo juntamente com médica Maria Oliveira Barros, ambas da disciplina de Hematologia e Hemoterapia, criaram um Ambulatório de Anemia para o PBM. Outra área de fundamental importância é a Anestesiologia, com a participação da docente Rita de Cássia Rodrigues. Tem sido de fundamental importância o apoio da diretora clínica do HSP, Jaquelina Sonoe Ota Arakaki, que avalia que o PBM requer uma mudança de paradigma, ou seja, existe uma mudança na linha de cuidado do paciente. Também participam das atividades a diretora de Enfermagem do HSP/HU Unifesp, Ieda Aparecida Carneiro, que tem atuado para uma ativa participação da Enfermagem no programa. O PBM será ampliado para as demais especialidades médicas gradativamente. “Trata-se de um processo contínuo, porque o PBM representa uma ressignificação das práticas clínicas e cirúrgicas com base nas evidências científicas”, enfatiza. Todas as informações podem ser consultadas na página do Grupo PBM-HSP / UNIFESP.

Como o assunto ainda não está nas diretrizes curriculares do MEC para o curso médico, a EPM/Unifesp instituiu a disciplina eletiva “Medicina Transfusional: uma visão atualizada”, com ampla participação dos alunos. “Somos o único curso de Medicina a ter uma disciplina nessa área, ou seja, nossos(as) aluno(as) de graduação já saem com este novo conceito”, garante Céspedes.

“Na pós-graduação somos pioneiros no Brasil em ofertar uma linha de pesquisa no tema, e por meio dela, diversos trabalhos científicos estão em andamento no Programa de Pós-Graduação em Medicina – Hematologia e Oncologia”,  tais como: análise dos efeitos epigenéticos das transfusões de sangue (apoiado pela Fapesp), o uso de opções terapêuticas, e a educação médica em PBM, ela revela.

Desde fevereiro de 2023, os(as) residentes médicos(as) da EPM/Unifesp contam com uma formação complementar: o curso de capacitação “Medicina Transfusional: uma visão atualizada”. Inovador e pioneiro no Brasil, ele é obrigatório aos(às) residentes e segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou um documento sobre a necessidade urgente de se implementar o gerenciamento de sangue do(a) paciente em todo o mundo.

Em outubro de 2023, o Grupo PBM-HSP / Unifesp organizou juntamente com a SPDM o “Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Sangue do Paciente (Patient Blood Management – PBM)”, com a presença dos(as) docentes Axel Hofmann (líder do assunto na Organização Mundial da Saúde), Sherri Ozawa (Engleawood Hospital – USA) e Angel Augusto Perez (Sociedad Iberoamericana de Patient Blood Management), além de professores(as) da EPM/Unifesp. Também participaram autoridades da Unifesp, da Escola Paulista de Medicina, do Hospital São Paulo e da SPDM, além de representantes das secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo e outros convidados. “As ações da Unifesp vêm sendo citadas por diversas instâncias governamentais como um modelo de inovação na área de Medicina Transfusional no Brasil”, complementa Céspedes.

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