Apesar de a produção doméstica de dispositivos médicos ter recuado 5,5% no primeiro trimestre, o número de empregos, importações e exportações do setor cresceram no período registrando alta de 20% no consumo aparente de dispositivos no Brasil, que é soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações.
Este foi o melhor resultado trimestral em oito anos. Os dados são do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O saldo positivo foi impulsionado pelo crescimento de 24,3% no consumo aparente de reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro, principalmente no “point of care”, as farmácias. As exportações também tiveram bom desempenho com alta de 18,9%. Já a produção doméstica de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e artigos ópticos caiu 5,5%, entre janeiro e março, na comparação com igual período do ano passado.
Já o número de vagas de emprego do setor aumentou no primeiro trimestre, com a abertura de 4.301 novos postos de trabalho nas atividades relacionadas à fabricação e distribuição, alta de 2,8%. Atualmente são 159.421 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica.
Apesar dos bons números, para os próximos meses, a projeção não é tão otimista. “As perspectivas para a inflação de médio e longo prazos são bastante desafiadoras para os gestores da política pública no planeta. A pandemia e o conflito entre Rússia e Ucrânia têm exercido importantes implicações geopolíticas, que também afetam a economia global, analisa o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Na avaliação dele, pode haver refreamento na globalização, com diminuição no comércio exterior e impacto geral, resultando no aumento de custos para várias indústrias, incluindo a de dispositivos médicos. “Teremos que lidar com pressões de custo no lado da oferta e com aperto nas margens de lucro das empresas no lado da demanda, o que poderá inibir a incorporação de novos trabalhadores ao sistema de saúde suplementar”, finaliza.
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