Segundo o estudo divulgado pela Deloitte, o embedded finance — ou finanças embutidas —, nova tecnologia permite a inserção ou o agregamento de serviços financeiros à operação da empresa sem tirar ou perder o core business, poderá gerar receita adicional de cerca de R$ 24 bilhões até 2026 para os setores de varejo, bens de consumo e outros serviços que movimentam cerca de 35% do PIB brasileiro. A área de saúde é uma das que vêm apostando cada vez mais na gestão utilizando essa nova tecnologia.
A Idez, fintech especializada em serviços financeiros para pequenas e médias empresas (PMEs), que atua sob o modelo bank-as-a-service, tem atuado junto a healthtechs e operadoras de saúde para mostrar os benefícios de investir nesse tipo de serviço financeiro. A cofundadora da fintech, Maria Cristina Kopacek, lista alguns motivos pelos quais essas empresas devem apostar no embedded finance.
Ela observa que grande parte das healthtechs atua como uma plataforma que conecta usuários — nesse caso vidas — a clínicas e prestadores de serviço de saúde, atuando como um marketplace. Além disso, por meio dessas plataformas circula um grande montante em consultas, procedimentos e exames que é processado normalmente por subadquirentes ou instituições bancárias tradicionais.
“Existe então, uma enorme oportunidade para esses players se posicionarem enquanto intermediador financeiro e não só conectar usuário e prestador, mas também realizar a transação financeira entre eles. Oferecendo esse tipo de solução, a healthtech/operador proporciona uma experiência de uso muito melhor, com muito menos fricção e além disso, tem a possibilidade de gerar receita a partir dessa intermediação”, diz Maria Cristina.
Outro aspecto apontado por ela é que operadoras de saúde e clínicas possuem um fluxo de reembolso com os planos de saúde que hoje na maioria das vezes é feito de forma manual. “Com uma infraestrutura de embedded finance é possível automatizar todo esse processo por meio de APIs e automatizar os pagamentos de acordo com as regras de reembolso”, afirma.
A executiva observa ainda que existe uma grande oportunidade no mercado de saúde para o financiamento de cirurgias e procedimentos, especialmente as cirurgias eletivas e tratamentos estéticos para o público que não tem acesso aos grandes planos de saúde.
Maria Cristina elenca outro fator que é o fato de que muitos médicos e profissionais da saúde serem impactados por um fluxo de recebimento que muitas vezes se estende por mais de 60 dias, principalmente quando se trata do recebimento de plantões médicos pagos pelas prefeituras. “Existe aí uma oportunidade de antecipar esses recebíveis para o médico cobrando um deságio sobre a operação”, finaliza ela.