A Linx desenvolveu um protótipo de inteligência artificial voltado à gestão de farmácias que promete revolucionar a forma como o setor toma decisões estratégicas. A solução, ainda sem nome oficial, foi apresentada em entrevista exclusiva ao Saúde Digital News por Bernardo Craveiro, diretor executivo da vertical de Farma da empresa.
Segundo Craveiro, a ferramenta funciona como um consultor digital inteligente, oferecendo insights automatizados sobre estoque, precificação, desempenho financeiro e perfil de consumo, permitindo que farmácias operem de maneira mais eficiente e com foco em resultados. “A IA resolve uma lacuna importante ao automatizar análises complexas e fornecer dados em tempo real, o que permite uma gestão mais ágil, estratégica e rentável”, afirmou.
O impacto esperado da solução é significativo. A tecnologia auxilia desde a redução de perdas com produtos vencidos e excesso de estoque, até a precificação dinâmica, com sugestões baseadas em comparação com preços de mercado e margens de contribuição. A ferramenta também prevê aumento no ticket médio, ao recomendar produtos alinhados ao perfil do cliente e oportunidades de venda complementar.
A IA aprende continuamente com o comportamento da farmácia e refina suas recomendações a cada ciclo, gerando ganhos progressivos em giro de estoque, previsibilidade de demanda e performance operacional. “Com o tempo, a ferramenta se torna uma aliada que entende o negócio da farmácia e orienta decisões de forma personalizada”, explicou Craveiro.
Outro destaque é a capacidade da ferramenta de apoiar a digitalização do varejo farmacêutico. Ao integrar dados de canais físicos e digitais, como e-commerce e marketplaces, a IA permite ações mais coordenadas, melhora o atendimento omnichannel e fortalece a personalização da experiência de compra.
O desenvolvimento da solução enfrentou desafios técnicos como a padronização de dados oriundos de sistemas distintos e o refinamento dos algoritmos de recomendação. Além disso, a Linx buscou equilibrar sofisticação tecnológica com uma experiência de uso simples e intuitiva, facilitando a adoção no dia a dia das farmácias.
A empresa já iniciou parcerias com redes do setor para testes do protótipo, ainda em caráter confidencial. Segundo Craveiro, os primeiros feedbacks são promissores. “Estamos entusiasmados com os avanços. Os clientes já percebem o valor da IA na operação”, declarou.
O executivo acredita que a inteligência artificial será um fator decisivo para a competitividade no varejo farmacêutico nos próximos anos. No entanto, reforça que a adoção em larga escala dependerá não apenas de tecnologia, mas de uma mudança cultural. “O futuro da farmácia é uma combinação inteligente entre tecnologia e gestão estratégica, onde a IA impulsiona a eficiência sem substituir o fator humano”, concluiu.
