Com mais de 25 anos de carreira em tecnologia, Jorge Stakowiak, Diretor de Tecnologia da Dasa, defendeu que a hiperconectividade está redefinindo não apenas os sistemas de saúde, mas a forma como as pessoas consomem cuidado médico. Em sua fala no 16º Fórum Saúde Digital, ele afirmou que a transformação digital é hoje um pilar estratégico para a empresa, que possui o maior data lake do setor privado de saúde no Brasil.
“A gente começou essa jornada há dez anos, com uma estratégia focada em consolidar dados e criar uma base sólida para inovação”, afirmou. Segundo ele, esse trabalho estruturado permite à Dasa operar com mais de 40 algoritmos baseados em inteligência artificial, que apoiam diagnósticos, otimizam atendimentos e impulsionam a produtividade médica. “Já temos mais de 10 milhões de pacientes usando nosso app NAVE. A experiência é totalmente digital.”
Stakowiak reconheceu os desafios enfrentados, especialmente no Brasil, onde coexistem múltiplas realidades tecnológicas e níveis variados de letramento digital. “Nosso sistema de saúde é heterogêneo. Enquanto há tecnologia de ponta em alguns pontos, em outros ainda se imprime resultado de exame em papel. Precisamos trabalhar cultura e inclusão digital.”
Ele destacou que a hiperconectividade é essencial para reestruturar a cadeia de valor do setor. “A tecnologia já existe. O que falta é mudar a mentalidade sobre como a saúde é consumida. Com IA, wearables e interoperabilidade, grande parte dos atendimentos hospitalares poderia ser evitada.”
Durante sua fala, o executivo relembrou uma provocação ouvida em evento internacional: “Nova tecnologia somada a uma organização antiga resulta apenas em uma organização mais cara.” Para ele, a inovação só gera valor quando atrelada à revisão de processos, mudança de cultura e definição clara de indicadores. “Inovar é resolver problemas reais. Começar pequeno, medir, gerar valor. Só assim a transformação se sustenta.”
Ao encerrar, Stakowiak apostou na aceleração dessa revolução nos próximos três anos, impulsionada por tecnologias emergentes como IA generativa e modelos de linguagem. “Não é só digitalizar. É transformar a cultura de saúde. E quem não se preparar agora, vai ficar para trás.”
Assisto o painel completo:
