O projeto TransPlantar, criado pelo Sírio-Libanês, alcançou a marca de mais de 800 pessoas beneficiadas pelo hospital em parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), De 2009 a 2023, o projeto já realizou 664 transplantes de fígado pediátrico, 39 transplantes cardíacos em adultos, além da implantou de 24 dispositivos cardíacos e atendimento a mais de 90 crianças em programas de reabilitação intestinal.
“Realizando 21% dos transplantes de fígado pediátricos no Brasil em 2021 e 2022. Além de oferecemos uma assistência integral, disseminamos conhecimento e garantimos uma alta qualidade de atendimento para a população como um todo”, afirma Eduardo Antunes, cirurgião do Aparelho Digestivo do Sírio-Libanês.
Dados do Ministério da Saúde apontam que entre janeiro e setembro de 2023, foram realizados 6.766 transplantes em todo o Brasil. Também, foi registrado um aumento no número de doadores: no mesmo período, foram efetivadas 3.060 doações.
Ainda que o título seja motivo de celebração, já que 27 de setembro marca o Dia Nacional da Doação de Órgãos, Antunes atenta que a quantidade de doadores é insuficiente frente à demanda que é crescente, especialmente para crianças até dois anos de idade. “Infelizmente, este é grupo que apresenta alta taxa de mortalidade, enquanto espera na fila pela doação de um órgão”, complementa Antunes.
O projeto acompanha pacientes, doadores e receptores nas fases pré e pós-transplante, oferecendo suporte para a realização dos transplantes e assistência em reabilitação intestinal, hospitalar, domiciliar e ambulatorial. Alinhado à Política Nacional de Transplantes de Órgãos e Tecidos e à Política Nacional de Atenção Especializada, o TransPlantar contribui para a ampliação da oferta de serviços especializados e para a redução das desigualdades regionais, seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde.
Como funciona a fila de transplante?
No Brasil, todo o procedimento para se tornar elegível a um transplante, desde a inclusão do nome em uma lista unificada até a cirurgia, é gerenciado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), órgão responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país. O processo abrange tanto pacientes da rede pública quanto privada e a ordem de atendimento é determinada de maneira cronológica a partir da inclusão do paciente no cadastro unificado, levando em consideração o estado de saúde da pessoa, e assim, definindo uma ordem de prioridade que permite que pacientes com estado de saúde mais grave sejam beneficiados.
O tempo de espera na fila de transplantes pode variar entre 2 e 18 meses, dependendo do órgão transplantado, estado de saúde do paciente e compatibilidade entre doador e receptor. Segundo Antunes, “pacientes internados, com suporte para o coração e outros órgãos, são priorizados”.