O tratamento, batizado por enquanto como AT-527, tem o potencial de se tornar o primeiro antiviral oral a tratar pacientes Covid-19 fora do ambiente hospitalar e está também a ser considerado como uma medida preventiva após a exposição ao coronavírus. A AT-527 atua bloqueando a enzima viral RNA polimerase necessária para a replicação viral.
Estão em curso ensaios clínicos de fase 2 em doentes hospitalizados com infecções moderadas por Covid-19. Um ensaio da Fase 3 com pacientes fora do hospital poderia começar já no próximo ano. Como se trata de um tratamento oral reduzido e de ação direta, deveria ser possível fabricar rapidamente grandes quantidades, diz a Roche.
“Se for bem sucedido, o AT-527 poderá ajudar a tratar pacientes precocemente, reduzir a progressão da infecção, e contribuir para diminuir a carga global sobre os sistemas de saúde”, indicou a Roche num comunicado de imprensa.
Espera-se que a colaboração ajude a acelerar o desenvolvimento clínico e a fabricação, a fim de tornar o tratamento disponível aos pacientes o mais rapidamente possível. Se a AT-527 receber aprovação regulatória, a Atea será responsável pela sua distribuição nos EUA, com o possível apoio da subsidiária da Roche Genentech. A Roche será responsável pela sua distribuição fora dos EUA.
“No desenvolvimento e fabricação conjunta da AT-527 em escala, procuramos disponibilizar esta opção de tratamento ao maior número possível de pessoas em todo o mundo”, disse Bill Anderson, CEO da divisão farmacêutica da Roche.
A Roche tem sido um dos principais protagonistas no campo do diagnóstico da Covid-19 e tem também analisado a sua carteira de medicamentos existente para utilização contra o vírus. Estão atualmente em curso experiências para avaliar se o medicamento Actemra, aprovado para utilização contra a artrite reumatóide, poderia ajudar pacientes com pneumonia grave por Covid-19.