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Einstein cria Programa de Gestão da Pertinência do Cuidado e evita cirurgias não necessárias

por Redação
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Com o objetivo de melhorar a segurança dos pacientes, o Einstein implementou o Programa de Gestão da Pertinência do Cuidado. O uso de protocolos avançados evitou a realização de 13% das cirurgias para retirada da vesícula biliar (colecistectomias) e de 22,2% das cirurgias de endometriose, procedimentos desnecessários.

No trabalho, foram avaliados 430 casos submetidos a cirurgias entre 2020 e 2021: 264 no período anterior à implantação do programa, entre agosto de 2020 e janeiro de 2021, e 166 após a implantação, de janeiro a maio de 2021. Cirurgias de urgência ou associadas a outros procedimentos (por exemplo, cirurgia de endometriose associada à remoção do útero) foram excluídas da análise. Somente com os procedimentos evitados nessas duas patologias houve uma economia estimada de R$ 2,2 milhões.

“Como organização de saúde, temos o compromisso de desenvolver protocolos que permitam uma atuação assertiva, seja ela clínica ou cirúrgica. Tecnologias como a cirurgia robótica vêm contribuindo para mudanças significativas quando falamos em tratamentos cirúrgicos menos invasivos, mas a adoção de boas-práticas é fundamental, a fim de evitar procedimentos que nada agregam à saúde do paciente e garantir a sustentabilidade do sistema de saúde”, afirma Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo, presidente do Einstein e um dos autores sêniores do estudo.

Os aprendizados podem ter implicações significativas não apenas para o sistema de saúde brasileiro, mas também globalmente.

“Trabalhamos com um corpo clínico altamente qualificado, mas estudar e aplicar em nossa organização fluxos que propiciem cuidados mais efetivos e seguros é nosso objetivo. Hoje, várias cirurgias incluídas no programa têm sua indicação avaliada com base em critérios claramente definidos, ou por um grupo de especialistas munidos de evidências científicas, que estuda minuciosamente cada caso”, explica Mauro Dirlando Conte de Oliveira, coordenador de práticas médicas do Einstein e primeiro autor do estudo.

Dirlando destaca que os protocolos são desenvolvidos com base nas melhores evidências disponíveis na literatura médica. Esses estudos mostram que em muitos casos é mais seguro ou efetivo realizar o chamado tratamento conservador, que consiste na administração de medicamentos e/ou no simples monitoramento da doença. No caso de colelitíase (pedras na vesícula biliar), por exemplo, pacientes assintomáticos que não apresentam cálculos ao ultrassom convencional podem permanecer assim por toda a vida, não necessitando de cirurgia. Na endometriose é importante que, quando possível, o tratamento clínico preceda o cirúrgico.

Segundo entidades médicas respeitadas, como a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a endometriose deve ser vista como uma doença crônica, que requer um plano de gestão ao longo de toda a vida da paciente.

Como funciona o programa

O Programa de Gestão de Pertinência do Cuidado, conduzido pelo Departamento de Prática Médica do Einstein, se dá em três etapas: (1) Construção de um protocolo institucional (Carepathway), validado no Grupo Médico Assistencial (GMA), que congrega especialistas da área médica e equipe multiprofissional atuantes no Einstein; (2) Monitoramento dos procedimentos de colecistectomia e endometriose agendados. Procedimentos que não atendam as indicações propostas no protocolo são encaminhados para o grupo de especialistas; (3) Procedimentos que não atendam a critérios previamente definidos nos protocolos ou cuja indicação não tenha sido validada pelo grupo de especialistas são discutidos pelo departamento de Prática Médica diretamente com o cirurgião.

Para evitar conflitos éticos, dados do cirurgião e do paciente são anonimizados antes do envio ao grupo de especialistas. “Por meio do programa, demonstramos que é possível equilibrar a necessidade clínica com a prática mais adequada, garantindo a segurança e o bem-estar dos pacientes”, afirma Dirlando.

O programa compreende atualmente o tratamento da nefrolitíase (pedra nos rins), cirurgia de coluna, procedimentos de radiofrequência para controle da dor articular, implante de stent venoso na síndrome de Cockett (compressão da veia femoral), aneurisma de aorta e exames de ecoendoscopia, que podem indicar incorretamente a realização de colecistectomia.

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1 comentário

Trajano César de Lacerda 28 de fevereiro de 2024 - 16:16

Excelente matéria. Parabéns. Obrigado.

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