A implementação de tecnologias como IA, GenIA e sistemas de integração no setor de saúde no Brasil enfrenta uma série de desafios. Mesmo com o crescente interesse em melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados médicos por meio da TI, a realidade do sistema de saúde brasileiro ainda está em processo de modernização. O novo estudo ISG Provider Lens™ Healthcare Digital Services, produzido e distribuído pela TGT ISG, revela que, conforme reportado pelas empresas participantes, a satisfação média com serviços de tecnologia no setor da saúde é de 78,4 pelo índice NPS. Enquanto a América do Norte apresenta bons resultados, a América do Sul e Central ainda têm espaço para melhorias. O estudo reflete os desafios dessa expansão tecnológica em países em desenvolvimento, como o Brasil, e reforça a necessidade de investimentos para acelerar a transformação digital na região.
De acordo com a autora do estudo e distinguished analyst da TGT ISG, Sonia Maria Castral, um dos principais obstáculos é a infraestrutura ainda deficiente, especialmente em regiões mais isoladas, como o interior do Norte e Nordeste do país: “Muitos prestadores de serviços privados de saúde no Brasil enfrentam dificuldades para integrar essas inovações devido à falta de infraestrutura tecnológica em algumas regiões. Tecnologias como telemedicina, IA para diagnóstico e análise de dados podem transformar a experiência do paciente, mas exigem um investimento considerável”, pontua Sonia.
O relatório destaca que tecnologias como telemedicina, IA, IoT e wearables otimizam os serviços digitais na saúde. A telemedicina melhora a acessibilidade ao permitir atendimentos remotos, enquanto a IA aprimora diagnósticos e análises de exames com alta precisão. Os wearables, como smartwatches e monitores de glicose, possibilitam o acompanhamento contínuo de sinais vitais e doenças crônicas, permitindo intervenções preventivas. Já a IoT conecta dispositivos médicos, como sensores em UTIs e rastreadores de equipamentos hospitalares, garantindo monitoramento em tempo real e maior controle operacional.
No entanto, o elevado investimento necessário para a adoção e manutenção dessas inovações dificulta sua ampla implementação. Por isso, torna-se essencial buscar estratégias para viabilizar essa expansão, como parcerias público-privadas, apesar dos desafios econômicos e sociais do Brasil.
Em áreas mais remotas do país, o acesso à internet é restrito ou muitas vezes até nulo, o que impacta diretamente no recolhimento e armazenamento dos dados médicos. “Os fornecedores de tecnologia para a saúde estão investindo cada vez mais na melhoria e expansão das capacidades de seus produtos. Empresas de consultoria e soluções em saúde formam um ecossistema para otimizar e facilitar o acesso aos clientes”, explica Sonia no estudo.
A pesquisa também evidencia as diferenças entre os setores público e privado no processo de digitalização. Enquanto ambos coexistem no mesmo território, suas metodologias diferem. “O futuro do mercado de pagamentos privados no sistema de saúde suplementar no Brasil depende da capacidade de adaptação às inovações tecnológicas e da implementação de modelos de pagamento baseados nos valores (Value Based HealthCare), assim como da colaboração entre as diversas empresas do setor para superar os atuais desafios econômicos e operacionais”, afirma Sonia. O levantamento revela que as operadoras de saúde privada estão mais preparadas para receber e integrar soluções tecnológicas avançadas.
Além disso, o relatório ISG Provider Lens™ trouxe uma pesquisa que traça um panorama sobre 16 fornecedores deste segmento atuantes no Brasil, e destacou que dentre esses avaliados, 10 se qualificaram entre os três principais focos do estudo: HealthCare Payer Transformation, Provider Transformation – ERP e Provider Transformation RCM. Dentre as empresas avaliadas no relatório, seis fornecedoras de tecnologia se mostraram melhores avaliadas no setor privado: Accenture, Deloitte, MV, Philips-Tasy, UpFlux, Salux e Planium, sendo as cinco primeiras líderes no mercado e a Salux e Planium, consideradas Rising Star, ou seja, uma empresa em plena expansão no país.